quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Bombeiros vão testar veículo que utiliza CO2 vaporizado no lugar de água em incêndios


Cada veículo deverá conduzir de 12 a 20 toneladas de CO2 líquido No lugar da água, jatos de CO2 vaporizado. Essa é a novidade que o Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro passa a testar, a partir da próxima sexta-feira, com o objetivo de melhorar o combate aos incêndios da cidade. Trata-se de uma tecnologia inédita que deverá reduzir o tempo-resposta de controle das chamas, sendo mais eficiente do que o método tradicional, baseado na utilização de carros-pipas. O processo também prevê a captura de CO2 - que será mantido liquefeito à baixa temperatura.
A novidade foi desenvolvida pelo Grupo de Análise de Risco Tecnológico e Ambiental da Coppe/UFRJ (Garta/Coppe), em parceria com a empresa Cdiox Engenharia. A expectativa é tão grande por bons resultados que diversos pedidos de patentes no Brasil e nos Estados Unidos já foram depositados.
O sistema utilizado no novo veículo é baseado na descarga massiva de dióxido de carbono (CO2) em estado líquido, à baixa temperatura e alta pressão. O projeto recebeu financiamento de R$ 5,5 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e contou com o apoio da White Martins, que customizou o veículo para o uso da tecnologia.
O primeiro carro será testado pelo Corpo de Bombeiros nas próximas semanas em situações laborais e reais de combate a incêndio. Após os testes será possível dimensionar a redução do tempo em relação às técnicas tradicionais.
Segundo o pesquisador da Coppe e coordenador do Garta, Moacyr Duarte, um caminhão dotado dessa tecnologia pode fazer a diferença para conter o fogo em comunidades situadas em morros e em locais onde não há redes adequadas de distribuição de água, como a Baixada Fluminense e bairros da Zona Oeste do Rio .
- Cada veículo deverá conduzir de 12 a 20 toneladas de CO2. A quantidade mínima já é suficiente para controlar incêndios em casas e escritórios, por exemplo. A vantagem é considerável em comparação com o sistema atual que sempre depende de pipa ou da rede de distribuição de água por perto - explica o professor.
Moacyr também garante que o método também poderá ser eficaz para o combate o fogo em locais sensíveis ao uso da água como museus, bibliotecas e igrejas, que abrigam obras de arte e patrimônio histórico, além de espaços que utilizam equipamentos vulneráveis a ação da água.
Testes
Segundo o coronel do Corpo de Bombeiros Alexandre Luís Belchior dos Santos, que também é coordenador-geral do projeto, em no máximo três meses o veículo poderá ser usado em casos reais. Ele lembra que a grande uma das principais novidades é a possibilidade de o CO2 líquido transportado em grande quantidade ser vaporizado sem congelar no esguicho da mangueira.
- Temos como intenção utilizar o CO2 que é liberado por empresas na atmosfera. Ele seria condensado e armazenado. Funcionaria num modelo semelhante ao da troca de créditos de carbono. Esse é um grande benefício - observa.
Belchior também lembra que a operação do veículo é segura, pois o seu conteúdo não é tóxico e não há perigo de explosão. Em caso de tombamento, o veículo se torna um grande ‘picolé’, observa o coronel, se referinto ao possível congelamento do caminhão na circunstância citada.
A cerimônia de entrega do primeiro veículo teste será na próxima sexta-feira, às10h, no Complexo de Ensino Coronel Sarmento (CECS) do Corpo de Bombeiros, na Avenida Brasil, em Guadalupe.

Fonte:O Extra

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