segunda-feira, 19 de novembro de 2012


Petrópolis, a cidade dos museus

Fórum nacional traz programação com preços e horários especiais

Na programação. O espetáculo “Um Sarau Imperial” será encenado na quarta-feira, às 15h, Foto: Divulgação/Museu Imperial
Na programação. O espetáculo “Um Sarau Imperial” será encenado na quarta-feira, às 15h,DIVULGAÇÃO/MUSEU IMPERIAL
A Cidade Imperial sedia, pela primeira vez, o maior encontro de museologia do país, o Fórum Nacional de Museus. A quinta edição do evento, a ser realizada de segunda a sexta-feira, deve receber cerca de 1.500 participantes. O tema é “A republicana Cidade Imperial”.
Além de uma programação especial, com preços e horários diferenciados, o fórum ainda servirá como palco para a criação de um Sistema Municipal de Museus. O primeiro passo será dado no próprio encontro, onde circulará um folder com o circuito das casas a serem visitadas, um mapa, opções de roteiros, descrições e serviços de todas as unidades.
Na quarta-feira, o Museu Imperial terá, às 14h, 15h e 16h, três visitas temáticas: “Insígnias imperiais”; “Usos e costumes no século XIX”; e “Música no século XIX”. Para quem prefere uma opção mais lúdica, uma boa pedida é o espetáculo “Um sarau imperial”, que será apresentado às 15h do mesmo dia.
Na programação, também há opções para os cinéfilos. O Palácio Rio Negro exibe, na quarta-feira, o filme “Um palácio republicano em uma cidade imperial: o que isso significa?”. As sessões estão marcadas para as 13h, 14h e 15h.
Também estão no circuito as casas do Colono, Ipiranga, Cláudio de Souza, Stefan Zweig, Santos Dumont, a fábrica da Bohemia e o Museu de Cera.

 


Teresópolis tem cinco fontes com água pura

Segundo análise divulgada este mês, só metade dos mananciais da cidade está própria para o consumo

Própria. Moradora pega água na Fonte São Sebastião, liberada Foto: Felipe Hanower
Própria. Moradora pega água na Fonte São Sebastião, liberadaFELIPE HANOWER
A sabedoria popular diz que a água das montanhas é a mais pura de todas, mas nem sempre é assim. Fatores como ocupação desordenada e variações climáticas têm impacto direto na qualidade da água. Em Teresópolis, análise da qualidade das fontes divulgada pela Secretaria municipal de Saúde neste mês mostra que apenas cinco dos dez mananciais da cidade estão próprios para consumo. As fontes que, segundo a análise feita pelo Laboratório Central Noel Nutels (Lacenn-RJ), podem ser utilizadas pela população são Judith (Alto), Brahma (Várzea), Saúde (Tijuca), São Sebastião (Pimenteiras) e Santa Ângela (Vale do Paraíso).
— Há 30 anos eu bebo essa água da Fonte Sebastião. Nunca tive nenhum problema. Ela passou por uma reforma recente e estava com um volume menor de água, o que nos assustou, mas já voltou ao normal — diz o comerciante Felipe Noronha.
A Secretaria orienta que, mesmo nas fontes com água potável, é recomendável ferver e clorar a água antes de consumi-la.
Fontes belas e poluídas
Cinco fontes de Teresópolis foram consideradas com água imprópria para o consumo, de acordo com análise recente do Laboratório Central Noel Nutels (Lacenn-RJ), que foi divulgada pela Secretaria municipal de Saúde este mês. São elas: Fontes Amélia (Alto); Taumaturgo (Taumaturgo); Praça Taumaturgo (Taumaturgo); Tijuca (Tijuca); e Fonte Santa (Fonte Santa). Mesmo com placas de aviso, moradores continuam consumindo a água desses locais.
— Tem gente que nem lê o aviso. Vê a fonte bonita e acha que pode beber a água — diz a dona de casa Andreia Corrêa.

Repasses caem, mas Delta ainda é a segunda que mais recebe da União

Mesmo com diminuição de 60% de recursos do governo federal, empresa inidônea fatura
Custo da inidoneidade. Obra da Delta parada no Rio: em 2011, empresa recebeu R$ 358,5 milhões do governo do estado. Do governo federal, foram R$ 862,4 milhões Foto: Custodio Coimbra/24-4-2012
Custo da inidoneidade. Obra da Delta parada no Rio: em 2011, empresa recebeu R$ 358,5 milhões do governo do estado. Do governo federal, foram R$ 862,4 milhõesCUSTODIO COIMBRA/24-4-2012
BRASÍLIA - Além da prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira e da cassação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), as investigações do suposto esquema de corrupção montado pelo contraventor goiano, feitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, tiveram pelo menos mais um efeito prático até agora: a queda de 60% neste ano, até outubro, dos recursos repassados pelo governo federal para a construtora Delta em relação ao total pago ao longo de 2011. Mesmo com a redução, a Delta é a segunda empreiteira que mais recebe repasses do governo federal. De acordo com o Portal da Transparência, a Delta recebeu até outubro R$ 341,8 milhões do Orçamento da União deste ano, atrás apenas da Odebrecht, que recebeu, no mesmo período, R$ 795,6 milhões, para a execução de obras federais. No ano passado, a Delta liderou o ranking das empreiteiras com contratos com a União, com R$ 862,4 milhões.
Em meio ao escândalo e à divulgação das relações da Delta com Cachoeira, a Controladoria Geral da União (CGU) declarou a empresa inidônea, em junho. Assim, a sexta maior empreiteira do país ficou proibida de participar de licitações e de assinar novos contratos com o poder público. Quanto aos contratos em andamento, ficou a cargo dos gestores de cada órgão decidir por sua manutenção ou não.
Logo após a decisão da CGU, a Superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) de Mato Grosso do Sul suspendeu a assinatura de contrato no valor de R$ 30,9 milhões com a Delta. Ela fora vencedora na licitação para executar serviço de recuperação e manutenção de trecho de 108 quilômetros da BR-163 no estado.
O Dnit continua sendo, entretanto, o maior contratante da Delta no governo federal, tendo repassado neste ano, até outubro, 92% do total recebido pela empresa — R$ 314,4 milhões. A Delta é responsável por boa parte das obras rodoviárias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A assessoria de imprensa do Dnit afirmou ontem que o órgão não rescindiu contratos para não paralisar obras.
Ainda de acordo com a assessoria de imprensa do Dnit, 99 contratos com a Delta estavam em andamento quando a empresa foi considerada inidônea, e agora há cerca de 40, a maioria de manutenção de rodovias. Os contratos não podem ser renovados. Nem podem ser firmados novos.
Entre os contratos ativos do governo federal com a Delta estão o de duplicação e restauração da BR-101, em Sergipe, e o de pavimentação e melhorias do traçado da BR-110, no Rio Grande do Norte.
Mesmo antes de a Delta ser declarada inidônea, a Petrobras rescindiu em maio contratos de R$ 843,5 milhões que mantinha com dois consórcios nos quais a construtora participava e que eram responsáveis por obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A Petrobras afirmou que a rescisão foi motivada por “baixo desempenho” da empresa.
No epicentro do escândalo Cachoeira, a própria Delta decidiu, também em maio, sair do consórcio de empresas que faz a reforma do Maracanã. A construtora deixou ainda o consórcio responsável pelo projeto da Transcarioca (corredor expresso de ônibus), que ligará a Barra da Tijuca à Ilha do Governador.
Em 2011, a empresa de Fernando Cavendish recebeu do governo do Rio R$ 358,5 milhões, dos quais R$ 72,7 milhões (20%) sem passar por concorrência pública. Desde 2007, a Delta possui no Estado do Rio cerca de R$ 1,5 bilhão em contratos.
Já no plano federal, a empresa também decidiu sair do consórcio para a construção de um trecho da Ferrovia Oeste-Leste, principal contrato que mantinha no PAC, no valor de R$ 574 milhões. A Delta decidiu sair das grandes obras porque estava com dificuldade para captar recursos após o escândalo que revelou seus negócios com Cachoeira.
A principal ligação da Delta com o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira era mantida pelo ex-diretor do escritório da empresa no Centro-Oeste Cláudio Abreu, que chegou a ser preso em abril. De acordo com as investigações da Operação Saint Michel, uma parceria do Ministério Público e da Polícia Federal, Abreu é suspeito de corrupção e formação de quadrilha, principalmente em Goiás.
Ele foi demitido pela Delta nacional após as revelações. Abreu foi um dos depoentes da CPI Mista do Cachoeira que ficaram em silêncio, amparado por liminar da Justiça.


Fonte: Jornal O Globo