
O
projeto tenta corrigir um erro surgido em 1984, quando um decreto delimitou a
área do parque, incluindo a comunidade em APA, onde, por lei, não pode haver
habitação ou plantações.
Para
a chefe substituta do parque, Ana Elisa Bacellar Schittini, é difícil estipular
prazos, mas ela acredita que, até o fim do ano, o projeto deverá ser
encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente. De lá, a proposta será enviada ao
Congresso Nacional.
—
Enquanto o processo corre, os moradores assinarão um termo de conduta, e vamos
flexibilizar as regras para que a gente tenha uma convivência mais harmoniosa —
explica.
Ana
Elisa lembra que o parque foi criado em 1939, onde existia a fazenda Bonfim.
Quando a propriedade entrou em decadência, por volta de 1950, vários
funcionários continuaram morando na região:
—
O grande problema é que criaram o parque, em 1939, sem delimitar seu
território. Quando o fizeram, em 1984, a comunidade agrícola foi indevidamente
incluída na área. Isso foi um equívoco.
As
boas notícias trazem alívio as moradores do Bonfim.
—
Minha família chegou aqui há mais de 50 anos, e, hoje, mais de 20 parentes
vivem da plantação de legumes e de flores. É a nossa única fonte de
subsistência. Ficamos receosos quando começaram a surgir os rumores, e nos
sentimos injustiçados. Aqui, ninguém mais desmata — lembra a agricultora Ana
Cristina Pimenta Coelho, que vende cerca de mil molhos de flores por mês.
A
produtora rural Maria das Graças Silva, que planta diversos tipos de verduras
há mais de 50 anos, concorda:
—
Moro aqui com sete pessoas da minha família. A gente vive com medo, mas espero
que essa medida nos traga mais segurança.