quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Prefeitura de Magé dá ultimato à CRT na questão do pedágio


Manifestantes bloquearam as pistas da BR 116 para cobrar a liberação do retorno
Manifestantes bloquearam as pistas da BR 116 para cobrar a liberação do retorno

- Nestor Vidal cobra a isenção da tarifa para motoristas mageenses


O problema da insatisfação dos moradores da Baixada Fluminense quanto ao fechamento de um retorno na Estrada Rio-Teresópolis ganhou mais um capítulo com a intervenção da prefeitura de Magé no diálogo com a Concessionária Rio-Teresópolis. O político estipulou um prazo até o fim do ano para que os motoristas de veículos com placas do município tenham a passagem gratuita assegurada nos pedágios.
O prefeito Nestor Vidal poderá tornar caminhos de desvio aos postos de cobrança mais acessíveis aos moradores, com obras de melhorias. Ele afirmou que vai providenciar a colocação de asfalto e sinalização visual nessas vias secundárias que possibilitam evitar as praças de cobrança, caso a CRT não providencie a isenção do pagamento até o dia 31 de dezembro. “Estamos querendo beneficiar só os mageenses. Se a CRT optar pelo bom senso vai atender a essa reivindicação. Se não atender, pior para ela, porque aí as vias estarão abertas para todos os carros”, afirmou ao site elizeupires.com.

Pneus e pedaços de madeira foram queimados para criar barreiras na Estrada Rio-Teresópolis
Pneus e pedaços de madeira foram queimados para criar barreiras na Estrada Rio-Teresópolis

Meta antiga

A liberação desta cobrança já seria uma antiga meta da administração do município, de acordo com o político. Ele afirmou que tenta uma solução desde agosto de 2012, quando assumiu o executivo na primeira eleição, cobrar que os veículos com placa de Magé não sejam tarifados nos postos de pedágio, porém ainda não conseguiu ser atendido, por isso resolveu mudar o tom da conversa: “Acabou a nossa paciência e daqui para frente será tolerância zero. Se não abrir para os mageenses, vai acabar, de forma indireta, liberando geral, pois vamos mesmo melhorar as vias alternativas”, completou Nestor.
Esta ameaça de promover a estruturação das rotas alternativas já vinha sendo alardeada desde o final de junho, porém a concessionária teria pedido mais tempo para programar a liberação e o novo prazo terminaria exatamente no último dia de 2013. “Agora chega. Se a resposta não for positiva, posso garantir, que as fronteiras serão abertas”, finalizou o prefeito.
Os moradores da região já deram mostras de que estão revoltados com a situação e recentemente organizaram grandes manifestações que paralisaram o trânsito nos dois sentidos. Nossa reportagem registrou os dois protestos mais recentes em que dezenas de pessoas participaram.

Nestor Vidal estipulou um prazo para que a CRT cumpra acordo ou irá viabilizar caminhos alternativos
Nestor Vidal estipulou um prazo para que a CRT cumpra acordo ou irá viabilizar caminhos alternativos

Protesto

Na tarde do dia 4 de novembro o protesto foi registrado na altura de Parada Ideal, em Guapimirim. A ação ocorreu no Km 111 e começou por volta de 17h30. Os moradores reclamaram ter que passar por quilômetros até chegar ao outro ponto de acesso. Eles colocaram pneus e pedaços de madeira na estrada e atearam fogo para impedir a passagem.
A interdição foi feita por moradores das comunidades Favelinha, Citrolândia e Sertão, que exigem a construção de um viaduto no local, porque o elevado mais próximo fica a seis quilômetros de distância.
Entre os problemas da falta do retorno, a indignação incide sobre a dificuldade de locomoção, pois um jovem teria morrido no mês passado após não conseguir utilizar o antigo caminho para receber atendimento no socorro. “Um acidente aconteceu no domingo retrasado, uma criança foi baleada, acidentalmente um amigo deu tiro nele. O menino estava precisando de ajuda para ser salvo. Quando chegou ali no retorno, eles não liberaram a passagem, só depois que pagou. Nós alegamos que era caso de vida ou morte. Se ele tivesse chegado cinco minutos antes no hospital, poderia ter sobrevivido”, alegou Vânia Medeiros, uma das líderes dos manifestantes.
No domingo seguinte, dia 11, um grupo de aproximadamente 100 moradores de Guapimirim e Magé realizou mais uma tarde de protesto na altura do Km 112 da Estrada Rio-Teresópolis, com início pouco depois das 16 horas. As pistas foram liberadas por volta das 19h20.
Os moradores dos municípios do entorno cobraram mais uma vez a atitude das autoridades locais para conseguir um resultado efetivo nas reivindicações. Frente à falta de uma perspectiva de resolução do caso, a decisão é de causar a obstrução da rodovia como forma de pressionar quem puder resolver a questão.
Outra vez eles atearam fogo em pneus para bloquear as pistas. A Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal negociaram com os manifestantes uma abertura parcial da via. Por conta da paralisação, pessoas que iam viajar de avião acabaram se atrasando e perderam o horário do vôo.

Galhos de árvores foram utilizados para ajudar a interromper o tráfego na rodovia
Galhos de árvores foram utilizados para ajudar a interromper o tráfego na rodovia

Cobrança de pedágio

De acordo com os participantes da ação, já houve outras perdas de vidas por conta do fechamento do caminho. Eles também reclamam da cobrança de pedágio sobre moradores de Magé, que para ir a outro trecho do município para fazer compras e voltar, precisam pagar, ao todo, R$ 17,00. Esta foi a terceira vez em que a população se reúne para protestar na estrada.
Os manifestantes reclamam que a Concessionária Rio-Teresópolis (CRT) acabou prejudicando a todos com a mudança, pois tinham uma entrada bem mais próxima.

Determinação da ANTT

Esta alteração na via teria ocorrido após uma determinação da Agência Nacional de Transportes Terrestres por que o trecho estaria causando acidentes. A CRT explicou que a insatisfação dos moradores da região vem desde 2010 quando foi fechado um retorno em Parada Ideal com o objetivo de reduzir a ocorrência de acidentes.
Sobre a possibilidade de construção de um novo viaduto, a concessionária explica que só é necessário construir um viaduto em uma rodovia federal de longa distância em um intervalo de dez quilômetros de extensão.

Fonte:Marcus Wagner/ O Diario

Nenhum comentário:

Postar um comentário