quarta-feira, 2 de abril de 2014

61% das vítimas da PM são negras

Foto: Reprodução da Internet
Homens negros, sobretudo jovens, são as principais vítimas da violência policial no estado de São Paulo, segundo pesquisa do Gevac (Grupo de Estudos sobre Violência e Administração de Conflitos) da UFSCar (Faculdade Federal de São Carlos) divulgada nesta quarta-feira (3). De acordo com os dados publicado pelo site “Última Instância”, a análise sobre taxas de 100 mil habitantes indica que a mortalidade de negros é pelo menos três vezes maior que a de brancos.

Entre os anos de 2009 e 2011, 939 casos de ações policiais foram analisados. O resultado aponta que 61% das vítimas de morte por policiais eram negras. No âmbito infantojuvenil, os dados são mais alarmantes: entre 15 e 19 anos, duas a cada três pessoas mortas pela PM são negras. “Existe um mito de que a população negra é maior e por isso os números são automaticamente maiores. Isso não é verdade: no estado de São Paulo, apenas 30% da população é negra”, afirmou ao site a coordenadora da pesquisa, Jacqueline Sinhoretto.

O estudo também aponta a existência de “mecanismos de produção da desigualdade racial” dentro das instituições de segurança pública. Devido à discrepância do número de mortos entre negros e brancos, o racismo institucional “está claramente desenhado”, disse Jacqueline. O estudo destaca que o racismo não envolve os agentes policiais como indivíduos. “Não se trata de afirmar que o policial que prendeu uma pessoa é em si racista e fez uma opção individual por escolher aquela pessoa”, afirmou.

Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança Pública informou que vai avaliar os dados do estudo para decidir se as políticas públicas de segurança poderão ser melhoradas. Segundo o “Última Instância, em 26 de março, durante a inauguração de um parque tecnológico em Ribeirão Preto, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou desconhecer qualquer tipo de atitude discriminatória nas ações efetuadas pela polícia paulista.

Fonte:DIÁRIO DE S.PAULO

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