quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

COPA DO MUNDO – Atraso e despreparo

 Jornal O Globo enaltece o setor privado teresopolitano e critica colapso criado pela administração Arlei Rosa


Quase todo teresopolitano já sabia disso, mas agora, o Brasil inteiro tem noção de que a administração pública de Teresópolis está sendo um grande exemplo de incompetência no que diz respeito ao planejamento e a realização de ações estratégicas para aproveitar o chamado legado do mundial. Apontado como um município ‘dividido’ pelo periódico carioca, Teresópolis tem como principal ponto forte o desprendimento dos empresários e cidadãos, que diante da parcimônia do poder público, arregaçaram as mangas e fizeram o pouco realizado até agora e como motivo de vergonha para a população, o completo despreparo dos gestores públicos, que não conseguiram sequer, proporcionar uma chegada mais digna para os turistas e profissionais em sua rodoviária urbana, citada no Globo como ‘mantenedora de características do passado’.
“A cidade agora está por nossa conta”, disse ao jornal O Globo, o presidente do Teresópolis Convention & Visitors Bureau, empresário Nilson Neves. A entidade trabalha para atrair turistas
“A cidade agora está por nossa conta”, disse ao jornal O Globo, o presidente do Teresópolis Convention & Visitors Bureau, empresário Nilson Neves. A entidade trabalha para atrair turistas

Flashback

Parece uma espécie de flashback dos tempos em que nossa cidade ilustrava os principais sites de notícia do país com inúmeros escândalos de corrupção, de atrasos em obras de recuperação da tragédia, má utilização dos recursos públicos e completa ingerência por parte do chefe do Executivo, que naquela ocasião foi cassado. Agora, algum tempo depois, vemos novamente acontecer muitas coisas que nos remontam aquela época.
Hoje, como ontem, continuamos sem nenhuma residência social entregue pelo governo às vítimas de 2011, com o mesmo sentimento de aplicação questionável do dinheiro público e envoltos por denúncias e processos de improbidade administrativa que podem nos levar ao mesmíssimo cenário daquele fatídico 2011, quando pela primeira vez em sua história, o município teve um prefeito cassado.

Enquanto isso, a Comissão de Acompanhamento das ações para a Copa, se reuniu para anunciar internet wi-fi gratuita em dois pontos da cidade. Ainda a ser licitada e implantada
Enquanto isso, a Comissão de Acompanhamento das ações para a Copa, se reuniu para anunciar internet wi-fi gratuita em dois pontos da cidade. Ainda a ser licitada e implantada

Modernizando

A principal conclusão da reportagem, assinada por Gian Amato, é o fato do setor privado e da própria Granja Comary e a CBF se modernizarem para receber a seleção, enquanto a prefeitura de Teresópolis ainda estuda medidas e prepara reformas paliativas, como por exemplo, a ação onde a Rodoviária receberá ‘banho de tinta’, enquanto os seus funcionários não falam inglês. “Teresópolis é uma cidade partida. De um lado, a iniciativa privada trabalha para não perder os benefícios levados ao alto da Serra pela oportunidade de hospedar a seleção brasileira na Granja Comary durante o Mundial. Do outro está a prefeitura, apontada como a principal culpada pelo colapso da infraestrutura e dos serviços públicos, abandono dos pontos turísticos e despreparo de parte dos funcionários municipais, principalmente os do setor de turismo, que só falam português. Única porta de entrada para quem chega de ônibus, o Terminal Rodoviário de Teresópolis parou no tempo. A estimativa da visita de 50 mil turistas no período de maio, quando chega a seleção, a julho, assusta quem mora em Teresópolis e também quem vem de fora e desce na rodoviária, na qual o guichê voltado para informações turísticas não tem mapas ou funcionário bilíngue. O terminal receberá um “banho de tinta” e terá os dois banheiros reformados, com o investimento da CBF”, diz o texto de Gian Amato.
“O contraste das obras de reforma da Granja Comary com o restante da cidade é gritante. Um dos quatro campos está pronto e os operários trabalham nos detalhes finais para aprontar os outros três. Os 29 quartos individuais estão em fase de acabamento, assim como vestiários e áreas de lazer (quadra poliesportiva, piscina, cinema e salão de jogos). O asfalto das ruas do bairro Comary foi trocado e está um tapete, ao contrário da buraqueira dos demais bairros. A obra custou R$ 15 milhões”, diz o jornalista.

Fórum Popular Teresópolis

Como disse uma das entrevistadas pela reportagem de O Globo: “As minas de água potável estão poluídas, a rede 3G é uma piada, o trânsito está cada vez mais caótico e o sistema de saúde faliu. Há um descaso e a chance de melhorar com a hospedagem da seleção na Copa foi perdida”, declarou a designer Vilma Ferreira. Vilma é integrante do Fórum Popular Teresópolis, grupo criado pelos empresários, comerciantes e moradores para cobrar e apontar falhas da prefeitura. Entre as falhas citadas pela reportagem estão o abandono do terreno do PAM da Barra, denunciado pelo DIÁRIO na última semana e o fechamento da biblioteca municipal, outro tema de repercussão de reportagens locais.
Os pontos turísticos, como a Colina dos Mirantes, e outros atrativos são apontados pela reportagem carioca como um afronte aos visitantes. Afinal, como querer receber bem e querer que os turistas voltem em outras oportunidades para nossa cidade, se os nossos atrativos maiores são exemplos de desleixo, descuido e desinteresse completos.

Nova reunião

Nesta segunda-feira, 17, em resposta as críticas de O Globo, a Comissão que trata dos assuntos referentes a Copa, um dos lampejos de esperança criados pela sociedade, se reuniu novamente. Segundo release divulgado depois do encontro, a prefeitura deve implantar o sinal wi-fi com internet grátis, bem como sistema de monitoramento de vídeo, em dois pontos da cidade. “A iniciativa foi encaminhada para processo licitatório e prevê dois módulos iniciais: na região da Praça Higino da Silveira – a da Feirinha de Teresópolis, no Alto, e no centro da cidade, entre a Calçada da Fama e a Praça Olímpica Luís de Camões”, disse o texto que ainda acrescenta: “A proposta é que os serviços estejam em funcionamento para atender população, visitantes e a imprensa no período de preparação da Seleção Brasileira de Futebol no Centro de Treinamento da CBF, na Granja Comary”, finaliza.

Sem prazo

Esse tipo de ação seria muito importante se estivéssemos hoje, no ano de 2012, e ainda tivéssemos pela frente, pelo menos dois anos para avançar nos programas e benefícios de cada uma das regiões impactadas pela demanda turística e profissional esperada. O que não é mais uma realidade hoje, afinal, é preciso explicar para os integrantes do Poder Público que a Copa já começa para Teresópolis em maio e os jornalistas que vão trabalhar na cobertura do torneio não vão sair da CBF para usar o serviço de wi-fi oferecido pela prefeitura, seja na Feirinha, seja no Centro da cidade. Se tivesse governo, Teresópolis hoje teria 100% de sua área coberta pelo sinal de internet gratuita, como acontece um centenas de cidades turísticas de nosso país. Ainda assim estaríamos atrasados, pois, como disse a entrevistada Vilma Ferreira, o nosso 3G é uma piada. Assim percebemos o quanto o paliativo está sendo empregado em nosso município e essa pressa toda terá um preço, que nem precisamos conferir, vai ser mais caro que o planejamento eficaz. Quanto será que vai custar esse serviço de internet “relâmpago”? Que empresa vai vencer essa disputa? Os processos licitatórios da gestão Arlei Rosa tem sido objetos de questionamentos frequentes recentemente, e como a população vai poder acompanhar isso? Nem Diário Oficial disponível temos mais. Fica a dúvida.

Teresópolis Convention & Visitors

O jornalista de O Globo também ouviu o Teresópolis Convention & Visitors Bureau, que segundo ele trabalha para atrair turistas e reúne, sobretudo, empresários do setor hoteleiro. Como o empresário Caldun Salha, dono do Bel-Air, e o gerente, Rogério Carvalho. “A iniciativa privada se reuniu para ocupar o vácuo do poder público”, disse Carvalho, da varanda do hotel Bel-Air em fase de ampliação e com todos os 60 quartos ocupados para a Copa. “Os jornalistas estrangeiros farão reportagens sobre Teresópolis. E qual a imagem que queremos transmitir?”, questionou Caldun Salha.

Fonte: Netdiario

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