quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Orelhões passam por modernização


Foto: Alexandre Carius


















O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações João Rezende, anunciou nessa semana que 300 mil orelhões serão modernizados no Brasil e deverão oferecer a rede Wi-fi. A Agência informou que, atualmente, existe 1 milhão de orelhões e a maioria é subutilizada. Desse total, 400 mil serão desativados. O número de aparelhos que serão desabilitados em Petrópolis ainda não foi contabilizado pela Anatel, que informou que existe um estudo técnico sobre a evolução dos telefones de uso público, que está em análise na Procuradoria da Agência. As questões provenientes desse estudo, que prevê cenários como redução no quantitativo de orelhões instalados nas sedes municipais, preservando os que estão fora da sede, serão discutidas em consulta pública. Enquanto o cálculo não é realizado, a equipe da Tribuna fez o trajeto da Rua do Imperador e arredores, contou 17 orelhões e verificou que, muitas pessoas ainda utilizam o aparelho, apesar de terem celular. Além disso, muitos orelhões não estão funcionando, além de apresentarem péssimo estado de conservação.

A Praça D. Pedro é a que reúne o maior número de orelhões. São oito no total, sendo que apenas cinco estão funcionando,os outros três estão, aparentemente, desligados. No local, duas pessoas estavam tentando fazer ligações. Uma delas é a vendedora Michele de Almeida, de 34 anos, que não costuma usar o aparelho, porém precisava fazer uma ligação que era para um número 0800, que só pode ser feito por telefone fixo ou orelhão. “O horário que eu preciso ligar, não estou mais em casa, então tento fazer a ligação da rua. Consegui falar, mas estava com um chiado terrível. Tive que ficar me mexendo para ouvir”, comentou.  Adriana Pissurno, de 42 anos, também precisava fazer uma ligação para o 0800, mas não conseguiu porque a ligação não completou. “Não uso mais orelhão por causa do celular, mas eu não tenho fixo em casa e precisava fazer a ligação gratuita”, contou. 
Ao tentar fazer uma ligação a cobrar para telefone fixo, a equipe da Tribuna se surpreendeu com a mensagem automática de que as ligações para fixo, feitas pelo orelhão são, por tempo limitado, gratuita. Porém, depois de inúmeras tentativas, nenhuma ligação foi completada. Esse fato foi comprovado pela moradora do Loteamento Samambaia Maria Regina Teles, de 42 anos, que foi informada por uma vizinha que era possível fazer a ligação para telefone fixo gratuitamente, mas nunca conseguiu. Maria, estava na Praça da Inconfidência tentando ligar para o marido mas na hora que ele atendia, a ligação caía. “Uso orelhão frequentemente, mas a maioria deles está quebrado. Estou tentando há meia hora falar com meu marido e não estou conseguindo”, disse ela que apesar de ter celular, sempre anda com um cartão na bolsa para situações de emergência. No local, há duas cabines, porém uma sem orelhões e a outra com apenas um funcionando, o outro apesar de estar ligado, não completa nenhuma ligação. 
Na Praça dos Expedicionários existem duas cabines que têm capacidade para três orelhões cada. Na primeira, há apenas dois aparelhos, na qual só um está funcionando. Já na segunda, tem apenas um aparelho. Na Prudente Aguiar, existem dois aparelhos, um desligado e o outro com o teclado ruim. No Bosque do Imperador, os dois orelhões existentes estão ligados apesar de estarem sujos e um deles, solto. Enquanto na Praça Alcindo Sodré há um orelhão funcionando.

Venda de cartões diminuíram
O jornaleiro Carlos Henrique Medeiros, da banca próxima ao aparelho da Praça Alcindo Sodré, contou que vende por semana cerca de 180 cartões de 20 e 40 minutos, que custam R$ 4,00 e R$ 6,00, respectivamente, por semana. “As vendas diminuíram, porque antes eu vendia pelo menos o dobro. Acredito que o motivo é porque não há um interesse em oferecer o serviço direito. Muitos orelhões estão quebrados e sem manutenção. Sem contar que hoje em dia é mais fácil fazer a ligação através do celular”, afirmou. 
Valdir Odilon, que tem a banca na própria Praça, contou que parou de vender os cartões. “Tem um ano que não vendo mais porque a procura diminuiu e começou a encalhar”, destacou.
Aline Rickly 

Nenhum comentário:

Postar um comentário