quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013


Presa quadrilha acusada de dar prejuízo de R$ 80 milhões nos cofres Públicos.

Entre os presos há dois funcionários da Secretaria estadual de Fazenda e um da prefeitura de Duque de Caxias.
preffffA Delegacia Fazendária da Polícia Civil prendeu, na manhã desta quinta-feira, 25 acusados de integrarem uma quadrilha especializada em sonegação de impostos, utilizando empresas "laranjas". A operação foi batizada de Sudeste S/A porque o grupo agia nos quatro estados da região. A polícia e a Secretaria estadual de Fazenda descobriram que o bando movimentou um total de R$ 1,1 bilhão em mercadorias, envolvendo 14 empresas, com um prejuízo aos cofres públicos estimado em R$ 80 milhões nos dois últimos anos. Segundo a polícia, entre os presos há dois funcionários da Secretaria estadual de Fazenda e um da prefeitura de Duque de Caxias.
A Justiça expediu 25 mandados de prisão contra a quadrilha e 28 de busca e apreensão para vasculhar as empresas de fachada e os imóveis dos acusados. Segundo os investigadores, um dos presos é Luis Paulo Borsato, funcionário da Assaí Atacadista, do Grupo Pão de Açúcar, do empresário Abílio Diniz. O envolvimento do preso foi confirmado por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça.
Fiscais do grupo especial criado pela Secretaria de Fazenda para detectar grandes fraudes de sonegação fiscal definem o esquema como "sofisticado" e "bem organizado". Segundo eles, as empresas beneficiárias recorriam aos serviços da quadrilha, cujo cérebro é o contador Jorge Cláudio Antunes da Silveira, detido em Cabo Frio, onde mora, que envolveu toda a família no crime. A mulher e a filha do contador atuavam como "laranjas" do esquema. Além deles, foram presos os responsáveis pelas empresas de fachada.
A delegada da Fazendária, Izabela Santoni, explicou que o esquema é moldado para cada tipo de operação para burlar o fisco. Uma das formas era fazer com que a empresa contratante dos serviços da quadrilha não pagasse os impostos, repassando para empresas fantasmas tal encargo. Outro esquema era simular compras nas empresas de fachada para abater no imposto próprio (ICMS), permitindo que a beneficiária dos serviços do grupo ganhasse créditos.
pref
- Durante as investigações percebemos que os "laranjas" tinham noção do crime que estavam praticando. Eles não só emprestavam seus nomes e documentos, como abriam contas no banco e empresas. Não temos dúvidas de que eles tinham participação ativa na quadrilha e recebiam por isso – explicou a delegada.

As investigações duraram oito meses e envolveram 110 policiais na operação. Uma das empresas de fachada, a Pereira Brito Transporte e Comércio, funcionava numa pequena loja de uma porta só, em Duque de Caxias, onde havia uma atendente utilizando um computador e uma impressora para a emissão de notas fiscais frias. Apesar do pequeno porte, fiscais da secretaria perceberam uma movimentação milionária da empresa, o que acabou chamando atenção para o esquema.
Para o titular da Delegacia Fazendária, Ângelo Ribeiro, o envolvimento de dois funcionários da Secretaria de Fazenda comprovam o nível de organização da quadrilha.
- A própria Secretaria de Fazenda participou ativamente para identificar todos os integrantes do bando. O trabalho de cooperação entre a polícia e a Fazenda foi fundamental para a prisão dos envolvidos – disse Ângelo.
Para a Secretaria de Fazenda dois objetivos foram alcançados com a ação: a desarticulação do esquema e a punição dos responsáveis, restando apenas a recuperação dos impostos com os reais responsáveis, ou seja, as empresas que se beneficiavam com o golpe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário