terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Cemitérios de Petrópolis, RJ, estão sem espaço para novos enterros


No cemitério de Itaipava, apenas quem possui sepultura pode ser enterrado.
No cemitério do Centro as campas e gavetas estão sendo "disputadas".



Cemitério Municipal de Petrópolis, localizado no Centro da cidade. (Foto: Divulgação)O Cemitério Municipal de Petrópolis, localizado no Centro da cidade, precisa de mais gavetas. (Foto: Divulgação)
Os moradores de Itaipava e demais distritos de Petrópolis, Região Serrana do Rio, estão sem ter onde enterrar seus mortos. O cemitério de Itaipava - o segundo maior do município, com cerca de 800 campas, entre sepulturas particulares e públicas, gavetas e covas rasas -  já não comporta mais a demanda e está há mais de uma semana sem realizar sepultamentos.
Segundo funcionários, o cemitério só está realizando enterros de quem conta com uma sepultura própria, mas só na quarta-feira (20) serão realizadas duas exumações e duas campas estarão desocupadas. “Quem morrer antes não vai poder ser enterrado aqui, vai ter que ir para outro cemitério”, disse um dos funcionário, que pediu para não ser identificado .
Ao todo, Petrópolis conta com sete cemitérios – Centro, Itaipava, Secretário, Vale das Videiras, Brejal, Garibu e Quarteirão Worms. “O problema é que os familiares não querem ir para tão longe. Alegam falta de dinheiro para custear o transporte, para que os parentes possam acompanhar o cortejo”, ressaltou o funcionário.
No maior cemitério da cidade, localizado na Rua Fabrício de Mattos, as gavetas também estão sendo “disputadas”. A falta de espaço contribui para a valorização do preço de sepulturas perpétuas, que podem custar mais caro que um carro popular, ou mesmo que um terreno ou imóvel popular. Apesar de, legalmente, a venda de jazigos não ser permitida, no mercado informal a compra pode ser concretizada, mediante transferência de direito de cessão, mas nesses casos o pagamento tem que ser feito à vista e os preços são altos: em Itaipava, uma sepultura com acabamento em mármore custa entre R$ 12 e R$ 15 mil.
No Cemitério do Centro, os jazigos são ainda mais valorizados e a família precisa desembolsar o equivalente ao preço de um terreno. Para o funcionário do Cemitério de Itaipava, a solução seria a construção de um novo cemitério. “Não há mais espaços e a cidade não comporta mais”, disse. A ideia esbarra em obstáculos como a falta de terrenos e questões ambientais. “Além disso, ainda há a desvalorização imobiliária, ninguém quer morar perto de um cemitério”, concluiu o funcionário.
A Secretaria de Administração informou que para o Cemitério Municipal de Itaipava existe a previsão de construção de 12 sepulturas municipais. Segundo a secretaria, a medida irá gerar a abertura de 48 novas vagas. Já para o Cemitério Municipal do Centro, está sendo estudada obras de contenção para a reutilização de 315 gavetões, que estão interditados devido a eminência de desabamento da encosta.  Não há previsão para o início das obras.

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