sábado, 15 de março de 2014

Grupo enviou 300 mil litros de leite adulterado a SP e PR, diz MP no RS

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O Ministério Público do Rio Grande do Sul afirmou nesta sexta-feira (14) que 300 mil litros de leite adulterado foram enviados para as cidades de Guaratinguetá, em São Paulo, e Lobato, no Paraná e colocados à venda. O produto foi distribuído para a fábrica das marcas Parmalat, em SP, e Líder, no PR. Durante a operação realizada em oito municípios do RS, o proprietário de um posto de resfriamento em Condor, a cerca de 380 km de Porto Alegre, foi preso.
Os lotes do produto não foram divulgados, mas os consumidores podem observar as datas de fabricação das duas marcas: 13 e 14 de fevereiro, para leite longa vida.A  assessoria da Líder informou que está apurando a denúncia. A Parmalat foi procurada, mas ainda não se manifestou.
A quarta fase da Operação Leite Compensado foi deflagrada nesta sexta em oito municípios do Rio Grande do Sul. Segundo o MP, o suspeito encaminhava o produto adulterado para os dois municípios.
“Causa espanto a forma como o leite é tratado, sem qualquer compromisso com a higiene. Flagramos esta semana o leite sendo transportado nas estradas e as mangueiras sujas”, afirmou o promotor Mauro Rockenbach.
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 O homem começou a ser investigado há um mês quando foram coletadas 53 amostras de leite cru armazenadas no posto de resfriamento. Documentos repassados pelo Ministério da Agricultura constataram que 12 amostras apresentaram a presença de formaldeídos (formol). Em fevereiro, as empresas Campezina e LBR foram notificadas pelo Ministério Público, Ministério da Agricultura, após análises em laboratórios. A Campezina atendeu ao pedido e não comercializou os produtos. Já a LBR, que responde pelas marcas Parmalat e Líder, enviou o leite adulterado para o mercado.
“Deparamos com a conivência e a participação de indústrias gaúchas. Já havia sido identificada a adulteração e mesmo assim foram comercializados”, explicou o promotor de Justiça Mauro Rockenbach, em entrevista à Rádio Gaúcha nesta manhã.
Além de Condor, a operação é realizada nas cidades de Ijuí, Santiago, Santo Augusto, São Luiz Gonzaga, Santo Ângelo, Panambi e Tupanciretã, na Região Noroeste e nas Missões, onde são cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão. A ação tem apoio da Polícia Civil e Brigada Militar.
Operação foi desencadeada em 2013
Em maio do ano passado, o órgão desencadeou a primeira edição da Leite Compensado. As investigações revelaram um esquema que adulterou mais de 100 milhões de litros do produto. O MP descobriu que transportadores estavam adicionando água e ureia, substância usada para disfarçar a perda nutricional e que contém formol em sua composição, ao leite cru, no caminho entre a propriedade rural e a indústria. Com isso, conseguiam aumentar os lucros em até 10%.
Embora a Justiça tenha condenado seis pessoas em dezembro de 2013, a adulteração de leite continuou no estado. Desde o ano passado, foram descobertos três núcleos de adulteradores de leite, em seis municípios gaúchos: Ibirubá, Ronda Alta, Boa Vista do Buricá, Horizontina, Guaporé e Três de Maio.
Fonte: G1

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