terça-feira, 25 de junho de 2013

O preço da Copa: Como o Maracanã se tornou um símbolo dos gastos milionários

Dinheiro aplicado no estádio serviria para construir 30 hospitais com 150 leitos cada


Enquanto o Maracanã ressurge como um dos maiores templos do futebol, a saúde do Rio de Janeiro segue em estado de emergência. O segundo capítulo da série O preço da Copa, exibido nesta terça-feira (25) pelo Jornal da Record, mostra que o estádio se tornou um rio por onde corre o dinheiro público. Recursos não faltaram nos últimos seis anos e mais de R$ 1 bilhão foram gastos na reforma, sendo R$ 360 milhões com financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).  

O estádio mais famoso do Brasil, que sempre foi motivo de orgulho para os cariocas, se tornou símbolo dos gastos milionários com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Do outro lado, o carioca continua sendo privado do direito básico à saúde. O dinheiro gasto no Maracanã serviria para construir 30 hospitais com 150 leitos cada.

Como se não bastasse o patrimônio do Rio de Janeiro  ainda pode ser entregue de mão-beijada para a iniciativa privada. O projeto de privatização do Maracanã foi elaborado  pela IMX, do bilionário Eike Batista,  a mesma que faz parte do consórcio controlado por uma grande construtora e que ganhou a concessão de exploração do estádio por 35 anos.

O diretor executivo da ONG Transparência Brasil, Cláudio Webber Abramo, aponta irregularidades no processo de licitação do Maracanã.

— Uma empresa não pode fazer o projeto e ela fazer a obra. Se não ela vai fazer um projeto de tal maneira que vai ter vantagens na licitação.. A Lei de Licitações Brasileiras proíbe isso.

Maior artilheiro da história do Maracanã, Zico lamenta essa nova versão do estádio. Para o craque, hoje o palco de seus mais belos gols está completamente descaracterizado inclusive pela torcida.

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