terça-feira, 5 de fevereiro de 2013


Segurança: oito estabelecimentos são interditados pelos bombeiros



A fiscalização iniciada pelo Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro no dia seguinte à tragédia que matou 237 pessoas na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, resultou em 127 interdições, em 209 vistorias em estabelecimentos onde há aglomeração de público, em todo o estado.
Em Petrópolis, de acordo com a fiscalização da Secretaria Municipal de Fazenda, foram oito interdições. Duas boates, uma em Itaipava, não atendem às exigências do Corpo de Bombeiros. Esses estabelecimentos podem ainda perder a licença municipal. “Estamos trocando informações com todos os novos gestores da segurança pública da cidade. Tudo o que estamos tomando ciência, em relação à denúncias de descumprimento de normas de segurança, estamos passando para o Corpo de Bombeiros. O mesmo acontece no caminho inverso, estamos sendo informados das questões de segurança, pelo Corpo de Bombeiros, e a partir dessas informações vamos checar os alvarás. Na sexta-feira, o Corpo de Bombeiros nos passou os dados de oito estabelecimentos interditados por eles. Agora nós vamos a esses locais checar a situação do alvará de funcionamento, que pode ser retirado”, afirmou o chefe de Fiscalização Tributária da Secretaria de Fazenda, Ernane Dias.
A operação resultou na interdição de três clubes, duas boates e três bares. Veja quais: clubes - Petropolitano (Centro Histórico), Magnólia (Bingen) e Corrêas (Corrêas); boates - Level (Itaipava) e Serra Show (Carangola); bares - Bar da empreendedora Luciene Cerqueira (Itaipava), Mamute American Bar (Corrêas) e Centro Esportivo (Corrêas).
Apesar de não dar prazo, o diretor de fiscalização explica que os estabelecimentos interditados pelo Corpo de Bombeiros vão precisar agora correr atrás de se adequar às exigências do Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico - CosCIP. Caso isso não seja feito, perderão a licença para funcionar. “Se eles não se adaptarem, estarão sujeitos às determinações legais. Serão penalizados. E ainda não será permitido o funcionamento se esses locais insistirem em abrir as portas para o público”, explicou Ernane.
Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros, em busca da confirmação dos estabelecimentos interditados e da situação de cada um que foi informado pelo diretor de fiscalização da Secretaria de Fazenda. Em resposta, a assessoria informou que “não realiza consulta caso a caso” e ainda voltou a afirmar que a fiscalização se trata de um procedimento “rotineiro”.
Também buscamos uma resposta dos clubes, boates e bares citados pela Secretaria de Fazenda. A diretoria do Petropolitano informou que só se pronunciará em nota oficial, que será divulgada ainda nessa semana. Já o presidente do Magnólia, Ítalo Altomar Filho, confirmou que o clube foi interditado. Ele alega que “o Corpo de Bombeiros exagerou no rigor, pedindo a instalação de hidrantes, por exemplo”. Diz que o clube tem capacidade para evacuar mais de 150 pessoas em menos de dois minutos, que possuiu as saídas de emergência e os extintores. O presidente afirma ainda que o clube já possui um projeto para adaptar a estrutura, e que no fim de semana cancelou uma festa “para não desrespeitar a decisão do Corpo de Bombeiros”.
O presidente do Corrêas, Marco Antônio Motta, foi outro a afirmar que os Bombeiros foram “extremamente rigorosos” e que o clube tem cinco saídas de emergência, comportas com dois metros de largura. Diz que do clube foram exigidas, entre outros itens, a ampliação do diâmetro das portas para quatro metros e a instalação de hidrantes e de mangueiras de combate a incêndio na quadra poliesportiva. “Nós já encomendamos um orçamento com uma empresa para saber quanto vai custar a adaptação. Desde que fomos notificados pelo Corpo de Bombeiros, interrompemos todas as atividades do clube”, explicou. Procuramos ainda os responsáveis pelas Level e Serra Show, além dos bares Mamute, Centro Esportivo e o bar localizado em Itaipava, que só teve o nome do empreendedor divulgado. Em todos esses casos, não conseguimos falar com os proprietários dos estabelecimentos antes do fechamento da edição.

Vinícius Ferreira

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