quarta-feira, 9 de janeiro de 2013


Casas não são entregues na Serra do Rio e gasto com aluguel social cresce

Governo do Rio já despendeu mais de R$ 60 milhões com aluguel social.
Apenas em Nova Friburgo as casas começaram a ser construídas.


Um mar de lama tomou conta da Rua Vital Brasil, no Siméria (Foto: Chandy Teixeira)Um mar de lama tomou conta da Rua Vital Brasil, no Siméria, na quinta-feira (02) (Foto: Chandy Teixeira/G1)

A cada temporal na Região Serrana do Rio, novas notícias sobre desalojados e desabrigados. Casas construídas em áreas de risco são realidade constante nos municípios da Região Serrana. Apesar do déficit habitacional crescer a cada chuva e a poucos dias de completar dois anos de uma das maiores catástrofes naturais da história do país, nenhuma casa popular foi entregue pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro até agora. Enquanto isso, o gasto com aluguel social cresce e, somente com os atingidos em janeiro de 2011, já ultrapassa R$ 60 milhões.Logo após a catástrofe da Região Serrana, em 2011, os governos federal e estadual prometeram a construção de mais de 5 mil moradias populares. A cada mês que as casas não são entregues, o gasto com aluguel social custa, em média, em R$ 3,3 milhões. Atualmente, o estado paga mensalmente cerca de 8.300 benefícios nos sete municípios mais atingidos há dois anos - Areal, Bom Jardim, Nova Friburgo, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro e Teresópolis.
Segundo a Governo do Estado, a dificuldade em identificar terrenos adequados para receber edificações habitacionais, em razão das condições e características geológicas e topográficas da região; os procedimentos burocráticos para liberação de recursos; os impasses jurídicos do processo de desapropriação dos terrenos disponíveis para construções; e os trâmites inerentes ao processo licitatório agravam a demora no início das obras.
Somente em Nova Friburgo, onde 2.250 unidades devem ser entregues, a construção das casas já foi iniciada. Em Petrópolis e Teresópolis, que juntos vão receber mais de duas mil moradias populares, nenhuma parede foi erguida.
Teresópolis: Prefeitura encontra irregularidades e pede mais benefícios
Novas chuvas, novos desabrigados. Em novembro de 2012, uma forte chuva obrigou 500 famílias a deixarem as casas, que foram interditadas. Sem ter para onde ir, a prefeitura pediu ampliação do número de aluguéis socias pago pelo governo do estado, que hoje é de 2.400. A prefeitura paga mais mil benefícios.
No entanto, o número de irregularidades cresce junto com os necessitados. De acordo com um levantamento preliminar da prefeitura de Teresópolis após o início do recadastramento, visando coibir as irregularidades, cerca de 40% das famílias já deveriam ter dado baixa no auxílio. O governo municipal flagrou ainda um casal, sem união oficial, que recebia quatro benefícios simultaneamente, um total de quase R$ 2 mil por mês. Eles foram acionados na justiça e tiveram que devolver todo o montante recebido indevidamente.
Em Petrópolis, déficit habitacional chega a 12 mil
O Governo do Estado pretende construir e entregar até julho deste ano cerca de 360 unidades, que serão construídas nos bairros Mosela, Cuiabá e Benfica. As unidades vão abrigar, prioritáriamente, os atingidos pelas chuvas de 2011. No entanto, o déficit habitacional da cidade é muito maior. Segundo dados da secretaria de habitação, para resolver o problema de moradia e solucionar os casos de habitações em área de risco, seria necessário investir cerca de R$ 1,7 bilhão e construir mais de 12 mil casas populares.
Nova Friburgo será a cidade que receberá maior número de unidades
Dos três municípios mais atingidos pelas chuvas em 2011, Nova Friburgo será a cidade que mais receberá moradias populares. A cidade ainda apresenta o panorama mais avançado, onde as casas já estão sendo construídas no distrito de Conselheiro Paulino.
De acordo com o cronograma do governo do estado, Nova Friburgo vai receber 2250 unidades, que deverão ser entregues a partir de julho.

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