quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Duas famílias ficam desabrigadas no bairro Duques


Rafaela dos Reis da Conceição, de 20 anos, contou que estava em casa junto com a mãe, o padrasto, a irmã, o namorado e a filha de cinco meses, quando começou a chover. “Estávamos deitados quando ouvimos um barulho. O namorado da minha irmã achou que fosse um raio e preferimos não sair para ver o que era. Pouco tempo depois minha mãe levantou para ir ao banheiro e viu que tinha caído a barreira na porta do meu quarto. Ela me chamou correndo e saímos de casa. Ficamos  na casa de uma vizinha até amanhecer e depois fomos para a escola”, relatou. Na família da Rafaela, apenas a mãe Ana Lucia dos Reis trabalha fazendo biscates na Rua Teresa. O padrasto, Diego Francisco de Souza está desempregado.

Duas famílias ficaram desabrigadas, no bairro Duques, após o temporal da madrugada desta terça-feira. Elas foram encaminhadas para uma escola do bairro e, depois, uma foi para um espaço pertencente a Igreja Evangélica e a outra para a casa de uma vizinha. Ambas receberam o benefício do Aluguel Social e ontem já estavam a procura de uma nova moradia. 

A jovem contou que a Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac) deu toda a assistência à família, fornecendo colchonetes, lençóis e cobertores, além de ter disponibilizado imediatamente o benefício do Aluguel Social. “O pastor deixou que ficássemos no espaço onde funcionava um templo até encontrarmos uma moradia. Minha mãe já está procurando outra casa aqui no bairro”, comentou. Além disso, a família ganhou o Cartão Imperial para fazer compras, já que os alimentos ficaram molhados com a chuva. 
A presidente da Associação de Moradores do Duques, Ivanete Pereira Paixão, revelou que 17 casas foram inundadas com o temporal na região. “Duas foram interditadas, uma por causa da barreira que caiu e a outra porque estava com rachaduras”, disse. 

Famílias do Thouzet estão receosas com deslizamento de terra 

Três famílias da Rua Dr. Thouzet estão preocupadas com um deslizamento de terra que atingiu suas casas durante o temporal. Rosilene Abreu de Carvalho, de 42 anos, mora no local desde que nasceu. Ela contou que acordou com o barulho da chuva e percebeu que a parede do quarto da filha, que fica nos fundos da casa, estava cheia de lama. “Em seguida ouvimos um barulho, quando a terra deslizou, ficamos assustados e fomos para a rua. Eu saí de pijama e descalça porque estava com medo. Ficamos até o dia clarear e depois voltamos para limpar tudo”, disse. 
Rosilene contou que perdeu documentos e alguns aparelhos que estavam no chão, como estabilizadores e um tablet. A filha, Taiane Carvalho, de 24 anos, preferiu dormir na casa do irmão que fica ao lado. De acordo com a mãe ela ficou com medo porque o quarto dela fica embaixo do local, onde houve o deslizamento. Rosilene destacou que a equipe da Defesa Civil fez a vistoria na terça-feira, mas as casas não foram interditadas. “Os fiscais disseram que não tem risco de cair mais. Se interditam nem sei o que faço da vida”. Ela lembrou, também, que quando era criança, a casa chegou a ser condenada.
O temporal ocasionou 89 ocorrências, sendo a maioria de pedidos de vistorias preventivas e avisos de quedas de árvores. Do total, 31,46% corresponderam a deslizamentos em ruas ou próximo às casas. Não houve vítimas. O bairro mais atingido foi o Quitandinha, que registrou 18 ocorrências, seguido por Valparaíso com 9, e Independência, com 7. 

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