quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A História pede socorro

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Em ruínas. Na esquina entre as ruas Marechal Floriano Peixoto e Alberto Torres, o maior exemplo de descaso
Foto: Felipe Hanower

Em Petrópolis, diversos casarões tombados estão abandonados e correm risco de ruir

 O município de Petrópolis, cujo título de Cidade Imperial ajuda a aquecer o turismo e a economia, padece do mal de não cuidar de seu patrimônio. A herança que deveria ser preservada com muito zelo é muitas vezes deixada ao léu. Segundo a presidente da Associação de Moradores e Amigos de Petrópolis (AMA-Petrópolis), Myriam Born, casarões históricos espalhados por diversos bairros da cidade encontram-se em mau estado de conservação.
Dentre eles, a organização acredita que 17 imóveis corram mais risco de ruir. De acordo com Myriam, a AMA-Petrópolis entregou a lista completa de todos eles ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) há dois anos, mas, nenhuma medida de precaução foi tomada.
— O crescimento desordenado da cidade e a especulação imobiliária têm feito com que as construtoras derrubem prédios históricos para levantarem construções de quinta categoria. Estamos perdendo, aos poucos, as características urbanísticas da cidade, e ninguém toma uma providência — reclama Myriam.
Entre os exemplos, é possível citar o prédio da Comissão Municipal de Atuação Comunitária de Petrópolis (Comac), cujas pinturas do período romântico europeu estão desbotadas ou apagadas; o castelinho da Rua Visconde de Souza Franco; e uma casa na esquina das ruas Marechal Floriano Peixoto e Alberto Torres, esta já bastante deteriorada.
Iphan diz que vistoria os imóveis
Um dos imóveis que merecem mais atenção dos órgãos competentes, no julgamento da AMA-Petrópolis, é a Casa Franklin Sampaio, na Praça da Liberdade. O imóvel onde viveu o monsenhor Bacelar, capelão da família imperial, está com janelas quebradas e outros sinais de abandono. Há seis anos, a Firjan tentou comprar o imóvel para restaurá-lo, mas a família não chegou a um acordo com a federação das indústrias.
Segundo vizinhos que não quiseram se identificar, o imóvel já foi invadido diversas vezes de madrugada, por ladrões. Para a chefe do escritório técnico do Iphan na Região Serrana, Erika Machado, o maior problema é a falta de conservação por parte dos proprietários.
— O dono só não é obrigado a manter o imóvel quando comprova que não tem condições financeiras de fazê-lo. Vistoriamos todos os 17 imóveis citados pela AMA, e oito se encontravam sob investigação do Ministério Público Federal. Estamos aguardando o resultado dos processos. A Casa do Barão de Mauá, o Palácio de Cristal e a Fábrica de São Pedro de Alcântara passam por restauração.


NATASHA MAZZACAR

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