sábado, 20 de julho de 2013

Grupo fica perdido na floresta do Jacarandá


- Bombeiros encontraram trio cerca de 12 horas depois da comunicação do desaparecimentos


Três rapazes foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros na manhã desta quinta-feira, 18, depois de ficaram perdidos em uma trilha no Parque Estadual dos Três Picos, na Floresta do Jacarandá, no bairro do Meudon. Eles perderam o caminho no início da tarde desta quarta-feira, 17 e conseguiram pedir ajuda através de um amigo, contatado brevemente na noite de quarta. Por estarem acostumados a este tipo de incursão, os três foram encontrados bem. Situação chama atenção para o perigo de pessoas inexperientes realizarem trilhas em locais desconhecidos.
Otacílio Júnior, Subchefe do Parque Estadual dos Três Picos explicou como tudo aconteceu: “Foram três jovens da comunidade que entraram na trilha na parte da tarde para fazer uma atividade na parte baixa do parque, mas entraram em uma trilha errada e precisaram pernoitar dentro do parque. Pela manhã já entramos em contato com os bombeiros e conseguimos fazer o resgate, sem maiores problemas”.


Informações

De acordo com Otacílio, é importante que o visitante procure informações sobre as trilhas antes de entrar nelas para evitar a perda do caminho. “O que a gente sempre orienta ao visitante quais são as trilhas que podem ser feitas e eles desceram para uma atividade que não é permitida pelo parque, por isso aconteceu deles se perderem. A informação dos desaparecimentos chegou para nós às 18h e desde desse momento a gente já tinha mobilizado, tanto os bombeiros quanto a polícia ambiental, e arquitetamos tudo com o Coronel Flávio. A gente entrou na mata e fez o resgate dos rapazes”, disse.
O Tenente Adilon, do 16º GBM, participou do resgate e explicou que o fato dos jovens terem experiência em caminhadas no mato ajudou no socorro às vítimas. “Nos foi comunicado que três pessoas estavam na trilha que não conseguiram sair. Um colega dessas pessoas que costuma fazer a trilha com eles, conseguiu um contato breve com eles e entrou em contato com a gente. Já era tarde, quase noite e a luminosidade termina muito rápido, cerca de quatro horas da tarde, já está muito escuro, mas para nossa sorte eles são acostumados com este tipo de aventura e eles perceberam o risco de conseguir continuar a aventura à noite e encontraram um trecho razoável para pernoitar lá, esperando amanhecer, na verdade, para que pudessem ficar bem. Iniciamos as buscas logo pela manhã e tivemos êxito, até mesmo pelo conhecimento que eles tinham conseguiram achar de novo a trilha e puderam regressar. Encontramos com ele no meio do caminho, todos bem, tranquilos, um pouco cansados, mas bem”, disse.


Procedimento padrão

O militar explica que alguns procedimentos são padrão para essa situação: “Nosso primeiro passo é colher o máximo de info possível. Quantas pessoas estão no local, tipo de equipamento e vestimenta que elas tem, faixa etária também é importante saber, se tem instrução de mato, o que facilitou muito nosso trabalho. A trilha é muito boa, porque o Parque sempre faz a demarcação da trilha e a gente procura saber o perfil da vítima e a partir daí podemos atencipar algumas ações”.
Ele dá algumas orientações para quem pretende fazer trilhas. “O importante é que sejam pessoa experientes, acostumadas, ou que o grupo tenha alguém com esse tipo de conhecimento. As pessoas não devem se aventurar com curiosos, porque isso não é brincadeira. Se caso alguém se machuque dentro da trilha é muito difícil. Além disso as pessoas tem que se informar sobre horários, níveis de dificuldade da trilha, e nunca fazer este tipo de aventura por curiosidade, sem a companhia de pessoas experientes, que vão orientar sobre vestimentas adequadas, equipamentos de segurança e até mesmo sobre a alimentação necessária”, ressalta.
O jovem Leandro da Silva falou como tudo aconteceu: “Foi um erro de cálculos, mas nem deu tempo de falar com o nosso amigo que a gente já tinha se achado, porque caímos no rancho dos caçadores. Ficamos aquecidos, mas não conseguimos avisar que já estávamos bem, comemos e encontramos com os bombeiros no meio do caminho”.

Perigos no Jacarandá

Em 2006, um homem acabou morrendo dentro da Floresta do Jacarandá. Seguindo para a localidade do Paraíso, o pedreiro Clair Nunes Filho, de 40 anos, morreu após manusear um trabuco de fabricação caseira que teria sido deixado por caçadores naquela área, dentro do Parque Estadual dos Três Picos. Segundo familiares, ele iria acampar com a esposa e uma enteada quando encontraram a armadilha pelo caminho. Ao tentar evitar acidentes com outras pessoas que passassem por ali, Clair acabou baleado na altura da virilha, no lado esquerdo, quando a arma disparou.
Os parentes voltaram para pedir ajuda, mas o pedreiro morreu pouco depois. A Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e perícia tiveram dificuldade para chegar ao local, fazendo três horas e meia de caminhada até o corpo e o mesmo tempo em trecho de descida até Cachoeiras de Macacu, onde aconteceu a remoção do cadáver. Na trilha foram apreendidas duas armas de fabricação caseira, calibre 32, e 14 munições.

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