sábado, 4 de maio de 2013


Parque Imbuí, o endereço do abandono

Bairro de Teresópolis muito castigado pelas chuvas de 2011 até hoje não foi reconstruído



Abandono. Uma das casas destruídas pela chuva de janeiro de 2011FOTOS DE FELIPE HANOWER

Abandono. Uma das casas destruídas pela chuva de janeiro de 2011
Foto: Fotos de Felipe HanowerMoradores do Parque Imbuí, em Teresópolis, têm a sensação de que as chuvas de janeiro de 2011castigaram o bairro poucos dias atrás. É fácil entender o motivo: quase três anos depois, os estragos ainda estão por toda parte.
— A prefeitura nunca esteve aqui para avaliar os danos. Não temos mais asfalto nem iluminação pública. O poder público nos esqueceu — desabafa a dona de casa Rosemary Coelho, que reclama, ainda, da cobrança de taxas relativas a serviços que o bairro não recebe.

O descaso acaba por provocar medo. Casas abandonadas desde a tragédia deixam as ruas com um ar assustador, principalmente à noite.
— Pessoas estranhas as ocupam. Fico preocupada enquanto minha filha, de 12 anos, não volta da escola. Essas residências não são demolidas nem reconstruídas, e se tornam esconderijos de jovens que cometem delitos — afirma a também dona de casa Fernanda Gomes.
Fernanda, que tem um filho de 8 meses, afirma que circular com um carrinho de bebê pelas ruas desniveladas e cheia de lama é arriscado. Sua vizinha, Daiane Silva, mãe do pequeno Eric, de 1 ano e 10 meses, caminha com o menino no colo e teme sofrer um acidente.
— Quase caí duas vezes com ele nos braços. O ônibus nos deixa distante de casa, e tenho de andar muito por um lamaçal — conta Daiane.
Apesar do cenário de abandono do local, a prefeitura de Teresópolis afirma que trabalhos de manutenção, como drenagem e calçamento, vêm sendo realizados pela Secretaria municipal de Obras e Serviços Públicos.
Quanto à iluminação pública, o órgão informa que empresas interessadas em participar do processo licitatório impugnaram o edital para contratação do serviço. Em relação às casas afetadas pelo temporal, a prefeitura diz que a responsabilidade é do governo do estado e que a demolição dos imóveis depende de negociações.

AMANDA MOURA

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