quinta-feira, 3 de janeiro de 2013


Previsão de chuva forte põe Região Serrana do Rio em alerta

De acordo com a Defesa Civil do estado, cidades de Teresópolis e Petrópolis são a maior preocupação no momento. Sirenes foram acionadas para remover moradores de áreas de risco. Estradas de acesso à serra tiveram deslizaemto de pedras durante a madrugada
Temporal alaga bairro Café Torrado na localidade de Mantiqueira em Xerém, distrito de Duque de Caxias. Várias pontes, ruas e casas foram destruidos
Temporal alaga bairro Café Torrado na localidade de Mantiqueira em Xerém, distrito de Duque de Caxias. Várias pontes, ruas e casas foram destruidos (Fernando Quevedo / Agência O Globo)
A previsão de chuva forte na noite desta quinta-feira, no estado do Rio, deixa as cidades da Região Serrana em alerta. As cidades atingidas pelo temporal que matou mais de 900 pessoas em janeiro de 2011, segundo o secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, são a maior preocupação no momento. Teresópolis e Petrópolis já registram desmoronamentos e transtornos causados pela chuva da madrugada. Nesses locais, as sirenes do sistema de alerta da Defesa Civil foram acionadas durante a madrugada para remover moradores de áreas com risco de deslizamento de terra. Além desses dois municípios, também foram afetados, em 2011, os municípios de Areal, Bom Jardim e São José do Vale do Rio Preto.
Em Petrópolis, de acordo com a Defesa Civil estadual, houve deslizamentos de terra nos bairros Independência, Siméria e São Sebastião. A avaliação é de que o sistema de sirenes funcionou e evitou que moradores estivessem nos locais de maior perigo. Foram montados pontos de apoio e dois abrigos em Independência e Siméria. Os rios Bingen e Piabanha transbordaram.
"Nossa maior preocupação em áreas com risco de escorregamentos, como na Região Serrana, é com o volume de água acumulado. Em Petrópolis, por exemplo, foram 173 milímetros da noite de quarta-feira para esta quinta-feira. É como se, em 24 horas, um metro quadrado de terra recebesse 173 litros de água. É um volume muito elevado”, explicou o diretor do Centro Estadual de Administração de Desastres, tenente coronel Gil Kempers.
De acordo com Kempers, o volume de chuva que atingiu Petrópolis em 24 horas equivale ao total de 15 dias de chuva na cidade. “O solo fica muito encharcado, aumentando o risco de escorregamentos e deslizamentos. Por isso, as Defesas Civis municipais da Região Serrana estão orientando as pessoas que moram em áreas de risco para que saiam de suas casas antes mesmo de soar os alarmes. A previsão é de chuva forte à noite. O melhor é procurar os locais seguros antes”, afirma.
A cidade, que recebe milhares de turistas no período de férias, é ligada ao Rio pela BR-040. Houve cinco pontos de escorregamento de pedras ao longo da estrada: nos quilômetros 92, 93 e 95, na pista de subida, sentido Petrópolis; e nos quilômetros 85 e 89, no sentido Rio.
Em Teresópolis, a pista da BR-116, que liga a cidade ao Rio de Janeiro, também teve problemas. A rodovia ficou fechada entre as 4h e as 6h, preventivamente. Teresópolis registrou transbordamento do rio Paquequer, que corta a cidade. Há, no momento, 50 desalojados – pessoas que precisaram deixar suas casas – nos bairros Vale da Revolta, Perpétuo, Rosário, Caxangá e Pimentel. Também houve acionamento das sirenes, para remoção de moradores de áreas de risco.
Baixada – O maior problema no estado do Rio no momento é a Baixada Fluminense, região com várias áreas abaixo do nível do mar, com bairros construídos onde antes havia lavouras, em regiões propícias ao alagamento para irrigação. O distrito de Xerém, no sopé da serra, registra mais de 400 desabrigados e desalojados e teve confirmada a morte de um homem.
As fortes chuvas começaram ainda na noite desta quarta-feira, deixando milhares de famílias em alerta. Em menos de 24 horas, choveu cerca de 212 mm em Xérem, volume acima da média para o curto período. O temporal foi causado por uma frente fria que chegou ao Rio nesta quarta-feira, fazendo com que as temperaturas no estado caíssem rapidamente. A situação se agravou pois a cidade vive um colapso na coleta de lixo após as eleições. O lixo espalhado nas calçadas contribuiu para os alagamentos.
Uma das preocupações em Duque de Caxias, nesta manhã, é com vazamentos de gás e o risco de explosões, pois há rede elétrica danificada, com cabos e postes no chão. Pela manhã, havia a hipótese de rompimento de uma represa, o que não foi confirmado pelos bombeiros.
Na capital, todas as regiões estão em estado de atenção, de acordo com o sistema Alerta Rio, que monitora os riscos de enchentes e escorregamentos de terra de acordo com o volume de chuva. Os transtornos, no momento, são o trânsito engarrafado em algumas vias de acesso e a baixa visibilidade, principalmente na zona norte.

Angra dos Reis
8 casas destruídas
32 desalojados

Mambucaba
172 desalojados
3 feridos
Mangaratiba
Rolamento de pedras na BR – 101 e na Estrada Junqueira.
Em Constância, um muro desabou e uma casa foi destruída.
A localidade de Conceição de Jacareí foi evacuada.
Duque de Caxias
Transbordamento dos rios Saracuruna, Inhomirim e Capivari.
Um homem morreu em Xerém.
Cerca de 400 desabrigados e desalojados
Petrópolis
Transbordamento dos rios Bingen e Piabanha.
Escorregamento em bairros como Independência, Siméria, São Sebastião.
Foram montados dois pontos de apoio e dois abrigos em Independência e Siméria.
Sirenes foram acionadas para remover moradores de áreas de risco.
Teresópolis
Transbordamento do rio Paquequer.
Total de 50 desalojados em: Vale da Revolta, Perpétuo, Rosário, Caxangá e Pimentel.

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