A juíza Maria Tereza Donatti negou, durante o Plantão Judiciário desta sexta-feira, o pedido de habeas corpus feito pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio (Sintraturb) em favor do motorista André Luiz da Silva, 33 anos.
Ele dirigia o ônibus da linha 328 (Castelo - Bananal) que caiu na terça-feira do Viaduto Brigadeiro Trompowski, na Avenida Brasil, altura da Ilha do Governador. No acidente, sete pessoas morreram e outras dez ficaram feridas.
Perícia vai atestar velocidade de veículo
A perícia que vai atestar se o ônibus da linha 328 (Castelo - Bananal) estava ou não acima da velocidade permitida quando caiu do Viaduto Brigadeiro Trompowski ficará pronta em até 30 dias. A informação é da Polícia Civil. Anteriormente, o delegado José Pedro Costa da Silva, 21ª DP (Bonsucesso), informou que o ônibus parou marcando 32 km/h, o que não caracteriza alta velocidade.
O acidente com o coletivo, na tarde da última terça-feira, matou sete pessoas e feriu outras 10 quando o veículo despencou da via, na Avenida Brasil, altura da Ilha Governador.
Briga de egos selou destino de vítimas
No trajeto de cerca de 13 km percorrido na tarde de terça-feira pelo ônibus da linha 328 (Bananal-Castelo), o encontro de dois perfis explosivos sentenciou o destino de vários passageiros, sete dos quais levados à morte.
Valderez, mãe do motorista do 328, garante que André Luiz é responsável e jamais poria a vida alheia em risco | Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
Valderez, mãe do motorista do 328, garante que André Luiz é responsável e jamais poria a vida alheia em risco | Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
De um lado, o estudante Rodrigo dos Santos Freire, 25 anos, denunciado por lesão corporal em duas outras ocasiões e acusado de ter ido embora de uma boate na Barra da Tijuca sem pagar; do outro, o motorista André Luiz da Silva Oliveira, 33, que, segundo relatos, preferiu discutir a dirigir e também tem passado violento.

Quem um dia presenciou a ira do estudante, acusado de dar chutes e fazer desmaiar o motorista, diz saber bem do que ele é capaz. “Quero mais que ele vá para a cadeia. Em 2010, quando eles (Rodrigo, as irmãs e a mãe) deixaram meu imóvel após tentarem me agredir, ele ainda depredou meu apartamento”, revela Ruth Nascimento Siqueira.

Na época, a dona de uma quitinete na Ilha do Governador registrou ocorrência por lesão corporal quando Rodrigo teria atirado vasos de planta em sua direção e tentado agredi-la. Na outra ocorrência, as agressões foram direcionadas ao cunhado, que desta vez prefere o silêncio: “Não tenho nada a declarar, não me procurem mais.” Os dois casos foram arquivados.
Foto: Reprodução da Internet
Rodrigo aparece feliz em aniversário de família | Foto: Reprodução da Internet
Os familiares de Rodrigo, que segue internado no Hospital Miguel Couto e não tem previsão de alta, também preferem o silêncio. 

Ex-mulher denuncia

Vítima da agressividade de Rodrigo dentro do ônibus, André também tem histórico conturbado: Francilene Santos, 40, ex-esposa e mãe do filho caçula de André, o acusa de tê-la espancado diversas vezes durante os quatro anos em que foram casados.

“Acredito que minha filha tenha nascido prematura por conta das agressões. Fiz duas ocorrências contra ele, uma em 2011 e a outra há pouco mais de um mês, quando, após discussão, quebrou uma porta de vidro em cima de mim e da minha filha”, acusou.