sábado, 5 de janeiro de 2013



Corpo de menina morta por bala 


perdida no Rio é enterrado


Mãe de Adrielly dos Santos Vieira, de 10 anos, desmaiou no velório.
Atendimento no hospital demorou por falta de especialista, diz secretaria.


O corpo da menina Adrielly dos Santos Vieira, de 10 anos, que esperou oito horas por atendimento após ser baleada na noite de Natal, foi enterrado na tarde deste sábado (5) no cemitério de Inhaúma, Zona Norte do Rio, como mostrou o RJTV. Adrielly, que já havia tido morte cerebral,faleceu na tarde desta sexta-feira (4).
Inconsolável, Adriana dos Santos, mãe da menina, passou mal durante o velório e não conseguiu acompanhar o sepultamento. Marco Antônio Bentim, o pai, também sentiu-se mal e teve que ser amparado por parentes e amigos.
"Quando chega em casa todo o dia, esse médico tem a mulher e as filhas. Eu queria saber o que ele está sentindo agora, neste momento. Porque ele acabou com a felicidade e a alegria de uma criança e conseguiu destruir duas famílias ao mesmo tempo", disse Marco Antônio.
Durante o sepultamento, a ONG Rio de Paz reuniu parentes de vítimas da violência e manifestou repúdio à impunidade e à falta de assistência. "O poder público falhou duas vezes: no campo da segurança pública e no campo da saúde. E nós, como membro da sociedade civil, não podemos deixar passar em branco um crime como esse", destacou Antônio Carlos Costa, fundador da ONG.
Demora
A demora no atendimento à Adrielly aconteceu porque o neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves, escalado para o plantão no Hospital Salgado Filho, no Méier, no Subúrbio do Rio, onde a menina fora socorrida, faltou ao trabalho. À polícia, o chefe dos neurocirurgiões afirmou que havia ordenado ao médico Adão Crespo que não o fizesse.
Em depoimento à polícia, Adão Crespo disse que vinha faltando aos plantões um mês antes do Natal por discordar da forma como a escala é feita. E contou que telefonou ao chefe avisando que faltaria. Ele foi afastado temporariamente das funções.
A polícia já ouviu outras quatro pessoas, e investiga se houve omissão de socorro à menina. Um inquérito administrativo foi aberto.

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