Visitantes e cariocas se assustam com a inflação nas areias da cidade.
O Rio receberá, na virada do ano, mais
de 800 mil turistas. Mas os visitantes tomaram um susto com a inflação
nas areias das praias mais famosas da cidade. “É impossível aceitar que o
aluguel uma cadeira chegue a R$ 15”, afirma o advogado Márcio Nunes.
A média de preços é praticamente fixa
para todos os produtos, afirmou o analista Marcos Barroso. “Este ano o
número cabalístico da praia é R$ 5, tudo é R$ 5”, contou Barroso.
O auditor Fernando Nogueira concorda. “Custa R$ 5 cada cadeira, R$ 5 a barraca, e o refrigerante também custa R$ 5”.
A barraca de Alberto Silva, conhecido
como Beto, é uma das preferidas na orla do Leblon e costuma praticar
preços honestos. “Eu acho injusto chegar em um momento desses, com o
pessoal que compra com você o ano inteiro, e dobrar o preço, eu não faço
isso”.
No começo de 2014, a Prefeitura do Rio
publicou no Diário Oficial um decreto aprovando a Frente Municipal de
Combate às Práticas Abusivas, que dá suporte ao consumidor que quiser
denunciar os preços extorsivos.
“O preço é uma característica da livre
concorrência. No entanto, elevar o preço sem justificativa é uma prática
abusiva. A empresa ou o comerciante poderá ser autuado”, afirma Fábio
Ferreira, subsecretário do Procon-RJ.
Consumidores trazem comida e bebida
Muitos consumidores deram um jeito de
driblar a inflação da areia. Muitos banhistas não se importam em serem
chamados de farofeiros e levam a própria comida e bebida para as areias.
“Eu prefiro trazer minhas coisas e não
ficar à mercê dessas pessoas que estão se aproveitando”, afirma servidor
público Jean Gusmão, que aderiu ao isopor e à sacola térmica para levar
alimentos e bebidas.
A gerente de produto Mariana Martins
também é adepta das compras no supermercado. “Está tudo muito caro aqui.
A cerveja na praia está R$ 5. Nós pagamos R$ 1,89”.
E os comerciantes que ficavam de olho
nos turistas estrangeiros, estão perdendo a clientela. O argentino
aprendeu a lição, trouxe bebida pra praia e só come em casa. “Tratamos
de comer no apartamento”.
Pessoas que trazem cadeiras e barracas também se tornaram uma cena cada vez mais comum nas praias do Rio de Janeiro.
Pechinchar é um bom negócio
Turistas mineiros também deram uma lição
de economia e mostraram que pechinchar também pode ser um bom negócio.
“Demos uma choradinha, são quatro pessoas, a vendedora viu que valia a
pena e fez por R$ 4”, afirma o veterinário Lucas Novaes.
O publicitário Rodrigo Ferreira apoia a
iniciativa do amigo. “Não tem jeito, se eles têm a cara de pau de pôr um
preço caro, a gente tem que ter a cara de pau de pedir um desconto”.
Fonte: G1
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