– Um levantamento feito pelo jornal O Globo
apontou que é, no mínio um contraste os entre veículos usados por
policiais e a retórica dos baixos salários. De acordo com a pesquisa,
soldados e sargentos, com remunerações de R$ 2,3 mil e R$ 4 mil,
respectivamente, podem ser vistos dirigindo modelos que custam até 43
vezes o valor das duas remunerações como os utilitários Honda CR-V EXL e
Hyundai Santa Fé e as caminhonetes Amarok CD High e Nissan Frontier,
com tração 4x4.
No 9º BPM (Rocha Miranda), por exemplo, que está lotado um sargento
proprietário de um Hyundai Azera 3.0 V6 ano 2013. O carro custa R$ 102
mil, de acordo com a tabela da Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (Fipe).
Na madrugada do último dia 20, outro sargento do mesmo batalhão
invadiu, com arma no punho, um depósito da Secretaria Municipal de Ordem
Pública para recuperar sua picape Toyota Hilux ano 2006, que tinha sido
rebocada. O veículo está avaliado em R$ 62 mil, aproximadamente.
Multas
A pesquisa apontou, ainda, que não é difícil encontrar automóveis
parados em fila dupla, como aconteceu no último dia 25. Sem preocupação
alguma com multas, um sargento do 9º BPM ocupou parte da pista para
estacionar sua picape cabine dupla Mitsubishi L 200 Triton 3.2 ano 2010,
avaliada em R$ 80 mil. Detalhe: uma carreta para transporte de
motocicletas estava acoplada ao veículo, segundo O Globo.
Alguns policiais param seus carros a aproximadamente 50 metros da
entrada do batalhão, na esquina da Rua Tacaratu com a Estrada do Sapê.
Também no último dia 25, um soldado conseguiu parar sua SUV Hyundai
Santa Fé V6, ano 2008 e com preço médio de R$ 52 mil, sob a sombra de
uma amendoeira. Um colega da mesma patente não teve a mesma sorte e o
seu Kia Cerato 2011, estimado em R$ 41 mil, ficou ao sol.
Dificuldade de investigação
A Secretaria de Segurança Pública informou que, desde o início do
ano, a Corregedoria-Geral Unificada (CGU) apura cerca de cem casos de
suposta incompatibilidade entre salários e bens acumulados por
policiais. Além do grande contingente de PMs, eles, muitas vezes,
registram seus veículos em nomes de terceiros.
Segundo a PM, em cada batalhão existe uma comissão, composta pelo
subcomandante, por outros três oficiais e por integrantes do setor de
inteligência, é encarregada de investigar supostos casos de
enriquecimento ilícito na tropa.
"Essa análise é checada com os bens declarados no Imposto de Renda.
Caso ocorra alguma irregularidade, os comandantes enviam a investigação
para a Corregedoria da PM, que remete os documentos à CGU, para que a
sindicância patrimonial seja instaurada", diz a nota da corporação.
Rio 247