Mais um incêndio atingiu o imóvel onde funcionava um restaurante na esquina das ruas Ivaí e Tietê, no bairro de Fátima, mas que hoje está em ruínas. Foi necessária a intervenção de agentes do Corpo de Bombeiros para conter as chamas. Essa foi a segunda vez em menos de dois meses em que os bombeiros foram acionados para conter um princípio de incêndio no mesmo local provocado por pessoas que ocuparam a casa abandonada.
O plantão do Jornal O Diário de Teresópolis já alertava no final de semana para a denúncia de que moradores de rua continuavam ocupando o imóvel e provocando fumaça no local. O alerta foi feito no domingo, dia 6, através da publicação de uma foto do imóvel com fumaça saindo de uma das janelas e acabou gerando muitos comentários. Entre as opiniões, as pessoas criticaram a falta de ações da prefeitura e temiam pela possibilidade de crimes ocorrerem no local. Menos de 48 horas depois, o novo incêndio aconteceu.
O chamado aconteceu por volta das 7 horas da manhã desta terça-feira, quando os bombeiros chegaram rapidamente, isolaram o local e começaram o combate às chamas no interior da casa. Os agentes foram ao local com três viaturas e conseguiram controlar o fogo.
Desta vez, uma mulher que estava dentro do terreno foi detida porque teria sido responsável por iniciar o fogo. Os policiais militares que estavam em patrulhamento pelo local receberam a informação de que algumas pessoas seguraram a suspeita próximo ao local do incêndio, pois eles a teriam visto saindo da casa incendiada. Os policiais detiveram a mulher e ela foi encaminhada para delegacia para ser ouvida no registro do caso.
Rapidez
A ação de combate às chamas foi rápida e ninguém ficou ferido com o incidente, porém a situação do local continua preocupando moradores da região, pois o imóvel serve de abrigo para moradores de rua e até de esconderijo para criminosos.
Essa situação de aparente descaso das autoridades públicas contrasta com a veemência da ação de fiscais da prefeitura quando é feita uma obra em algum imóvel. Enquanto nas casas abandonadas a ameaça de crimes e acidentes é permanente, a fiscalização mostra mesmo um rigor excessivo quanto a quem realiza intervenções, mesmo que sejam de pequeno porte.
Mesmo localizada próximo a 110ª Delegacia de Polícia, a residência já havia sido cenário até de um estupro e há anos os moradores da vizinhança reclamam da presença de invasores. Apesar da situação calamitosa, nenhuma atitude foi tomada pelo poder público.
Incêndio no final de agosto
O Corpo de Bombeiros foi acionado para evitar que um incêndio destruísse a casa e chegasse, consequentemente, às residências vizinhas no dia 26 de agosto. O fogo teve início depois que pessoas que invadiram o local colocam fogo em alguns objetos para conseguir cozinhar. As chamas saíram de controle, atingiram pedaços de madeira que estão no interior da casa e chegaram até o telhado. Felizmente, o Corpo de Bombeiros não estava em nenhuma outra ocorrência e chegou rapidamente ao local, controlando o incêndio e isolando a área.
Enquanto a situação não é resolvida e a prefeitura não intervém, quem vive na vizinhança é que está sofrendo as consequências do abandono. “A gente tem medo da ocupação que acontece aqui. Na melhor das hipóteses vira um namoródromo. Então, os casais entraram aí e pronto, mas na pior das hipóteses ficam bandidos aí dentro, como um já se instalou e teve até um estupro. Não é possível que uma situação tão notória, tão conhecida, permaneça infinitamente sem nenhum tipo de solução”, reclama o vizinho Mauro Rothberg.
Outros imóveis abandonados
Um incêndio foi registrado no interior de uma casa que fica no Bairro da Vila Muqui na tarde de sexta-feira, dia 4, e mobilizou um grande número de agentes do Corpo de Bombeiros. Apesar do grande susto que as pessoas que moram próximo da casa passaram, ninguém ficou ferido. O incêndio foi registrado dentro de uma casa que estaria abandonada, localizada em um trecho conhecido como Servidão José de Oliveira Pinho. De acordo com informações colhidas no local, o imóvel não era habitado, mas estaria servindo de ponto para pessoas que se escondiam para consumir drogas.
Em junho passado, o Corpo de Bombeiros foi acionado para combater um incêndio em um imóvel na Rua Alfredo Rebelo Filho, no bairro do Alto. O sinistro aconteceu em uma das casas de um condomínio inacabado – cuja obra está parada e serviria de abrigo para moradores de rua. Eles teriam colocado fogo em jornais para se aquecer, a fogueira se transformado em um incêndio e a situação ficado fora de controle. Um dos ocupantes do imóvel conseguiu fugir. Outros dois tiveram de ser resgatados pelos bombeiros e foram levados para a UPA com sinais de intoxicação.
Nos últimos anos, os moradores do bairro do Caxangá têm convivido com a insegurança e o desconforto nas proximidades dos antigos e abandonados, clube e hotel, homônimos ao bairro. Condomínios ao redor das construções estariam sofrendo com a ação de moradores de rua e meliantes que fizeram dos locais pontos de refúgio e depósito de rés furtiva. O problema não é uma novidade para os moradores do local, pois desde que fechou, no início da década de 90, o clube se tornou uma grande “pedra no sapato” dos seus vizinhos, já tendo até sido registrados homicídios no local.
Fonte:José Carlos dos Santos/ O Diario