Foto: Carlos Humberto / STF / Divulgação |
Com o fim da campanha presidencial, o
Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta semana o julgamento de
temas polêmicos que envolvem as finanças do Poder Executivo e casos
penais com grande repercussão política, como o julgamento do inquérito
que investiga a participação de parlamentares da oposição no suposto
esquema de desvios nas obras do metrô de São Paulo. Também está na
pauta a concessão do pedido de prisão domiciliar ao ex-ministro da Casa
Civil José Dirceu. A pressão pela indicação do sucessor do ministro
aposentado Joaquim Barbosa, pela presidenta reeleita Dilma Rousseff
(PT), também volta a ganhar força.A primeira decisão do STF, na área criminal, após as
eleições, deverá ser a concessão do regime de prisão aberta ao
ex-ministro Jose Dirceu. Na semana passada, o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, deu parecer a favor do benefício por entender
que Dirceu cumpriu um sexto da pena de sete anos e 11 meses em regime
semiaberto, requisito exigido pela Lei de Execução Penal. A decisão será
do ministro Luis Roberto Barroso, responsável pela execução penal dos
condenados no processo do mensalão.
Na quarta-feira, o plenário da Corte deve retomar o
julgamento sobre a possibilidade de desaposentação. Caso a decisão seja a
favor dos aposentados, o impacto das contas da Previdência Social é
estimado em R$ 50 bilhões. O julgamento começou no início deste mês e
contou apenas com voto do ministro Luis Roberto Barroso, relator do
processo, a favor dos aposentados que voltaram a contribuir após
retornarem ao trabalho.
Encerrada
a disputa eleitoral, a Primeira Turma do Supremo decidirá sobre o
arquivamento do inquérito que apura o suposto esquema de formação de
cartel em licitações do sistema de trens e metrô de São Paulo. No
processo, os deputados federais José Anibal (PSDB-SP) e Rodrigo Garcia
(DEM-SP) respondem na Corte por terem foro privilegiado.
Em setembro, o ministro Marco Aurélio Mello, relator do
inquérito, entendeu que a testemunha que fez o acordo de delação
premiada com a Justiça não apresentou provas concretas sobre a
participação deles no suposto esquema. Após o voto pelo arquivamento,
Barroso pediu vista do processo para esperar o fim das eleições.
A tarefa mais urgente da presidente Dilma Rousseff, em
relação ao Judiciário, será a escolha do sucessor do ex-ministro Joaquim
Barbosa, que se aposentou em agosto. Com a saída de Barbosa, o plenário
está com dez dos 11 ministros que compõem a Corte, fato que prejudica o
quórum de votações importantes. Após a escolha, o indicado passará por
sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo plenário do
Senado para ter seu nome ratificado pelos congressistas. Dilma não tem
prazo para fazer a indicação.
Agência Brasil