Segundo Rui Falcão, a disputa deste ano pode ser considerada "um drama com final feliz"
Com uma voz bastante fraca, o presidente nacional do PT,
Rui Falcão, concedeu uma entrevista coletiva na sede do partido, no
Centro da capital paulista, nesta segunda-feira (27). Na ocasião, o
político falou sobre a vitória do partido na disputa presidencial, com a
reeleição de Dilma Rousseff e sobre os próximos passos que o PT deve
dar neste novo mandato. "O PT deve continuar mudando", afirmou.
Sobre a possível candidatura de Lula para assumir o
cargo de presidente em 2018, Rui reiterou seu apoio. "Eu, pessoalmente e
há meses, tenho defendido essa alternativa. Mas tudo depende de ele
aceitar também. Ele diz que não quer, mas sempre atendeu aos apelos da
população", torceu o político.
Segundo o presidente, o País não está dividido. "É
natural que, depois de 12 anos de poder, haja aqui ou ali uma
resistência ao partido", afirmou. "Se é verdade que tivemos a maior
quantidade de votos no Norte e no Nordeste. Também é verdade que
ganhamos em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Não acredito nessa
divisão. Os dois candidatos foram votados no Brasil inteiro, mas a nossa
foi a mais votada", ressaltou.
Rui Falcão disse que o segundo mandato de Lula foi
melhor que o primeiro e Dilma, seguindo o exemplo de seu antecessor,
deve fazer um mandato melhor a partir de 2015. Uma forma de melhorar o
governo petista, segundo o presidente, seria ampliando o diálogo com a
sociedade. Porém, quando perguntado se o PSB - partido que levou Marina
Silva à candidatura à Presidência da República - poderia ser uma ponte
de diálogo entre o PSDB e o PT, devido a uma evidente polarização entre
os partidos, o presidente petista disse que não acredita nesse elo. "Não
vejo necessidade de pacificar o País dessa forma", disse, ressaltando
que haverá um maior diálogo entre os partidos, mesmo sem uma ponte.
"Quero
expressar publicamente a minha admiração por partidos como o Psol e o
PSTU, que entenderam o que estava em jogo no segundo turno e escolheram
avançar mais, ao invés de retroceder a um passado já distante", afirmou o
presidente do PT.
Ao ser lembrado de todos os momentos da campanha
presidencial deste ano - desde a grande vantagem inicial de Dilma, até a
apuração acirrada, passando pela morte de Eduardo Campos, até então,
candidato à Presidência pelo PSB - Rui Falcão classificou as eleições
como "dramáticas". "Em 1989, o PT fez uma campanha épica. Neste ano,
foi dramática. Mas foi um drama com um final feliz".
Rui Falcão estava acompanhado de Edinho Silva,
tesoureiro da campanha deste ano de Dilma. O presidente do PT afirmou
que, apesar de não haver nenhum convite formal, ele acredita que Edinho
possa assumir bem qualquer responsabilidade delegada pela presidente
reeleita. "Acredito que Edinho representaria muito bem em qualquer
posto". Edinho, por sua vez, se contentou em dizer que sua prioridade é
concluir a tarefa de tesoureiro. "Minha maior preocupação é concluir a
tarefa de tesoureiro da campanha. No dia 4 de dezembro, devo fazer a
prestação de contas de Dilma e essa é a prioridade".
Sobre os processos que o PT abriu contra a revista Veja,
devido à reportagem de capa da publicação desta semana, Rui afirmou que
"todos os processos serão mantidos". "As denúncias não merecem crédito,
assim como o mal jornalismo que publicou tais denúncias também não o
merecem. É necessário que o delator prove o que falou antes de acusar
Lula e Dilma", afirmou.
O presidente do PT disse ainda que o valor do real - que sofreu alteração com a reeleição de Dilma
- será rapidamente reestabilizado. Além disso, assumiu que não sabe
quem será nomeado o novo Ministro da Fazenda. "Não sei se Dilma vai
fazer algum tipo de sinalização antes de completar esse mandato", disse.
Rui disse ainda não pretende assumir nenhum cargo além da presidência
do partido.
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