ENEM: Gramática no
lixo
A falta de
critério no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) causa insegurança nos
jovens
que passam pelo teste. Os problemas envolvendo a prova são frequentes. Dessa
vez, alunos conquistaram nota máxima em redação apesar de cometerem falhas
graves de ortografia, pontuação e concordância verbal e nominal. “Trousse”, “enchergar” e “rasoavel” foram alguns
dos erros encontrados. Além disso, um aluno escreveu uma receita de como
preparar um macarrão instantâneo no meio da redação, e, ainda assim, ficou com
560 pontos.
Integrante da Comissão de Educação, o deputado tucano Nilson Pinto (PA)
considera preocupante a avaliação. Para ele, é fundamental discutir o tema com
especialistas em língua portuguesa. Na quarta, 20, o colegiado aprovou
requerimento do deputado Raul Henry (PMDB-PE) pedindo a realização de audiência
pública com o objetivo de debater o assunto com especialistas.
O parlamentar considera ainda mais preocupante o fato responsáveis pela
correção alegarem que os alunos mencionados haviam explicitado com clareza o
seu pensamento. “Esses
professores descartaram totalmente a importância da gramática. Isso significa
que corremos sérios riscos de perdermos as referências. Como um aluno vai se
preparar para uma prova se não sabe o que vale ou não?”, questionou.
“Estão jogando no lixo as
regras gramaticais brasileiras”, acrescentou.
“Quando se vê a incidência
de erros graves fica na cabeça uma dúvida enorme: será que essas provas estão
sendo realmente corrigidas?”, questionou o deputado.
Por fim, Nilson Pinto defendeu melhor preparação dos alunos para o próximo
exame. “A prova não é só de
avaliação, mas um vestibular que habilita os alunos a entrar nas universidades.
Estão brincando com o futuro de milhões de jovens”, concluiu.
Foram convidados representantes da Academia Brasileira de Letras; do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep); do
Conselho Nacional de Educação (CNE), do Departamento de Linguística da
Universidade de Brasília (UnB), entre outros.
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