Parecer foi emitido para a Câmara de Vereadores.Secretaria de Transportes questiona legalidade do aplicativo.
A Comissão de Trânsito da seção Rio de Janeiro
da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) emitiu um parecer para Câmara
dos Vereadores afirmando que a existência do aplicativo Uber não é
ilegal, já que precisa de regulamentação pela esfera municipal.
Reboque foi usado para retirar carros do Uber do Aeroporto SantosDumont (Foto: Fernando Lunau / Arquivo pessoal) |
Ainda de acordo com a comissão, os artigos da Constituição que autorizam a atido Uber
são o artigo 1º, incido IV, que afirma que os valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa são de direito dos trabalhadores; e o
artigo 5º, inciso XIII, que estabelece que é livre o exercício de
qualquer trabalho, desde que o trabalhador tenha as qualidades que a lei
determina.
O advogado Paulo Parente Marques Mendes, da Comissão de Direito Autoral, Direitos Imateriais e Entretenimento da OAB/RJ, avalia que a regulamentação do Uber é necessária para que não se configure um quadro de concorrência desleal no mercado do transporte de passageiros.
O advogado Paulo Parente Marques Mendes, da Comissão de Direito Autoral, Direitos Imateriais e Entretenimento da OAB/RJ, avalia que a regulamentação do Uber é necessária para que não se configure um quadro de concorrência desleal no mercado do transporte de passageiros.
"Este é um problema que ocorre fora do Brasil também. Se o serviço não
está regulamentado a nível municipal, estadual ou federal, sem pagar as
mesmas taxas, cria-se esse problema", avalia o especialista.
Câmara tenta costurar acordo
O presidente da Comissão de Transportes da Câmara dos Vereadores, Elton Babú, afirma que a regulamentação do Uber não depende dos vereadores. “Neste caso, isso não é de competência da Câmara Municipal. Porque, de acordo com a lei, a regulamentação do transporte é determinação do poder executivo”.
O presidente da Comissão de Transportes da Câmara dos Vereadores, Elton Babú, afirma que a regulamentação do Uber não depende dos vereadores. “Neste caso, isso não é de competência da Câmara Municipal. Porque, de acordo com a lei, a regulamentação do transporte é determinação do poder executivo”.
Babú afirma que está tentando costurar um entendimento jurídico sobre o
caso. “O que eu sugeri é uma reunião entre mim, a OAB-RJ, o prefeito
Eduardo Paes e o secretário de transportes, Rafael Picciani, para saber o
que pode ser feito neste caso”.
O vereador afirma que o assunto envolve uma série de interesses, entre
eles por parte da população, que pode ter mais uma opção de transportes;
os taxistas, que se sentem prejudicados pela falta de impostos e
exigências sobre os carros do Uber.
A Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), em nota, afirma que
entende o Uber como uma prática ilegal, sem autorização do poder público
para fazer o transporte remunerado de passageiros. O que embasaria a
posição da prefeitura seria o artigo 30 da Constituição, inciso V, Por
isso, o poder municipal requisitou à Delegacia de Repressão a Crimes de
Informática uma investigação sobre o assunto. O inquérito foi concluído,
pedindo o indiciamento dos responsáveis, porém o processo foi
arquivado na Justiça a pedido do MP-RJ.
Diante do arquivamento da denúncia, a SMTR recorreu novamente ao MP
pedindo a reabertura das investigações. Mais uma vez o pedido não foi
aceito pelo órgão. Diante disso, a SMTR pediu abertura de investigações
ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ). Agora, a
Procuradoria-Geral do Município estuda uma ação judicial nesse sentido.
Ainda de acordo com a secretaria, a atividade oferece risco à população por não passar pelos mesmos critérios e exigências que os taxistas regulamentados cumprem.
Ainda de acordo com a secretaria, a atividade oferece risco à população por não passar pelos mesmos critérios e exigências que os taxistas regulamentados cumprem.
A SMTR ainda esclarece que, em se tratando de um serviço pirata, a
fiscalização cabe aos órgãos que combatem atividades clandestinas, uma
vez que os fiscais da secretaria não têm poder de polícia. Vale
ressaltar que em ações de fiscalização, os fiscais têm apoio de outros
órgãos como a Polícia Militar e agentes da Seop. Nesses casos, quando um
veículo pirata é flagrado, os fiscais da Secretaria de Transportes têm
como orientação encaminhar os veículos e os motoristas para as
autoridades policiais.
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