"O direito eleitoral é o direito
da cidadania. É ele que dá o equilíbrio e a lisura às eleições", definiu o
ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Eduardo Caputo Bastos,
numa das palestras do seminário que abordou dois temas: "Controvérsias na
Reforma do Código Eleitoral" e "Atualidade na Jurisprudência do
Tribunal Superior Eleitoral", realizado no auditório do prédio Flávio
Bortoluzzi, no campus sede da UNIFESO. Estavam presentes, além de populares,
alunos e professores do curso de Direito da universidade, advogados, o
presidente da secional da OAB em Teresópolis, Jefferson de Faria Soares, e o
deputado estadual Nilton Salomão, representando a ALERJ, entre outros.
O segundo palestrante, Marcelo
Henrique Ribeiro de Oliveira, também ex-ministro do TSE, foi mais incisivo em
suas opiniões e críticas ao andamento do processo jurisdicional relativo às
eleições. "Se a Justiça Eleitoral for votar a questão das irregularidades
nas campanhas com a mesma velocidade que a Justiça costuma julgar os processos
comuns, os mandatos se acabam e nada acontece", disparou ele.
Já o terceiro palestrante, o promotor
da Justiça Eleitoral, membro do Ministério Público, Rodrigo Molinaro, ressaltou
que a JE está "assoberbada", com "pilhas de processos a serem
analisados", e acaba escolhendo prioridades. Mas admitiu que as
prioridades devem ser os casos de inelegibilidade pendentes, as
irregularidades, o abuso do poder econômico e todas as situações "que
desequilibram as eleições".
Na plateia, o deputado Nilton Salomão
questionou os ministros e o promotor sobre o fato de o processo eleitoral
começar e muitos casos de inelegibilidade continuarem correndo na Justiça,
permitindo que candidatos que não podem concorrer participem do pleito.
"Estou falando isso porque aconteceu aqui em Teresópolis. Inclusive o
candidato que foi impugnado foi o mais votado. Isso provocou uma confusão entre
os eleitores e certamente mudou o equilíbrio e o desfecho da eleição",
argumentou Salomão. "Concordo plenamente. Acho que, quando as eleições
começarem, todos os casos já deveriam ter sido julgados em última
instância", comentou o ministro Caputo Bastos.
Sobre os processos que correm na
Justiça contra candidatos que cometeram irregularidades, o promotor Molinaro
garantiu que todos serão julgados e ninguém será privilegiado.
Texto: Ney Reis -
Foto: Divulgação
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