Crime foi em Petrópolis, na Serra do Rio, quando mulher saía para trabalhar.Delegado pede que vítimas compareçam à delegacia para reconhecimento.
Diogo Pacheco foi preso por estupro em Petrópolis (Foto: Fernanda Soares/G1)
A Polícia Civil de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, prendeu neste domingo (8) Diogo Pacheco, de 33 anos, pelo estupro de pelo menos duas mulheres que já reconheceram o agressor. Em um dos casos, o estuprador amarrou a mãe da vítima, que orava enquanto a violência era praticada. O caso aconteceu no bairro Taquara na quinta-feira (5), por volta das 6h, quando a mulher saía para trabalhar. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (9), o delegado titular da 105ª Delegacia de Polícia, Alexandre Ziehe, que comandou as investigações, afirmou que Diogo é um monstro. “Ele destrói famílias. É preciso que outras vítimas façam o reconhecimento para que a pena seja aumentada”, afirmou o delegado, que tem convicção de que o homem é autor de outros abusos cometidos nos últimos meses.
Diogo era morador do bairro Mauá e foi preso na casa da mãe, no Quissamã. Os reconhecimentos foram feitos pelas vítimas neste domingo (8) e segunda-feira (9). A Polícia Civil está fazendo o levantamento dos casos de violência sexual registrados nos últimos dias e o delegado acredita que Diogo está envolvido em alguns deles. “Precisamos que as vítimas confiem na polícia e venham até a delegacia para identificar o autor do estupro. A sala é reservada e ele não vê o rosto das pessoas que estão do lado de fora. Somente dessa forma conseguiremos afastar esse monstro do convívio social”, declarou Ziehe.O suspeito ficará na delegacia pelos próximos dias e depois seguirá para o presídio, já que possui mandado de prisão expedido com base na Lei Maria da Penha. Ele batia na esposa e chegou a cumprir pena pelo crime.
Em conversa com a equipe de reportagem doG1 na tarde desta segunda, a jovem que foi estuprada fez um apelo para outras possíveis vítimas. “Me sinto aliviada por ele não estar mais na rua e acho que todas as mulheres que foram vítimas desse monstro devem ir à delegacia. A polícia só pode agir se houver a denúncia”, enfatizou ela, que teve a sua rotina e a sua vida alteradas por conta da violência. “Não consigo mais sair de casa sozinha. Tem sempre alguém que me leva e me busca no trabalho”, contou a jovem, lembrando das ameaças que sofreu: “o tempo todo ele mandava eu abaixar a cabeça e dizia que ia me matar porque eu tinha olhado para ele”.
A jovem foi obrigada a levar o agressor para dentro de casa, após ser abordada na rua, no bairro Taquara. “Bati na porta e minha mãe abriu. Ele amarrou ela na cama com um cadarço de tênis e me levou para o outro quarto. O tempo todo eu escutava ela orar”, disse a vítima, que depois de aproximadamente meia hora de sofrimento conseguiu fugir e se juntar à mãe. Elas gritaram por socorro e os vizinhos apareceram. “Se não fosse isso, ele ia nos matar”, disse a jovem, que foi ameaçada com um facão.
A fuga afobada do estuprador foi fundamental para que a polícia chegasse até ele. Segundo o delegado, Diogo deixou para trás uma mochila onde havia medicamentos para asma e materiais normalmente usados em obras. “Quando o abordamos, ele estava com os mesmo remédios encontrados na mochila e as características físicas eram compatíveis”, afirmou Ziehe. O suspeito tem a voz bastante peculiar e os dentes podres, o que fez com que a mãe da jovem abusada quisesse ouvir ele falar para poder fazer o reconhecimento. “Nós colocamos uma venda nos olhos dele para evitar o constrangimento dela. Ao escutar o som da voz, ela desabou de emoção e teve a certeza de que era ele”, relatou o delegado.
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