Maioria não tem renda garantida e são obrigadas a seguir trabalhando.OIT estudou 178 países para a elaboração do documento.
Cerca de metade das pessoas na idade de se aposentar no mundo não
recebe nenhum tipo de pensão, e esta é deficitária no caso de 52% que a
recebem, alerta um documento da Organização Mundial do Trabalho (OIT)
publicado nesta terça-feira (30).
A maioria das pessoas idosas não tem renda garantida e são obrigadas a
seguir trabalhando, com frequência em condições precárias, com baixos
salários, segundo a OIT, que estudou 178 países para a elaboração deste
documento.
No total, 45 países alcançaram uma taxa de cobertura de 90% e mais de
20 países em desenvolvimento conquistaram regimes de aposentadoria
universais ou quase.
"Vários países em desenvolvimento ampliaram muito seus regimes de
aposentadoria", lembra Isabel Ortiz, diretora do Departamento de
Proteção Social da OIT, para quem é uma tendência muito positiva.
"Mas a garantia de que receberão aposentadorias suficientes é tão
importante quanto a ampliação da cobertura. Os homens e mulheres idosos
têm o direito de se aposentar com dignidade, sem cair na pobreza. É um
problema que afeta a todos", adverte.
Na Europa, o corte das ajudas sociais no âmbito das políticas de
austeridade orçamentária "contribuiu para aumentar a pobreza e a
exclusão social", afirma o documento.
Na União Europeia, atualmente 123 milhões de pessoas são afetadas por estes cortes, 24% da população.
"Os avanços registrados pelo modelo social europeu (...) foram minados
pelas reformas de ajuste a curto prazo", denuncia o documento.
Por sua vez, ressalta os avanços realizados na China, onde a cobertura
de aposentadoria passou de 25% da população a mais de 70% entre 2000 e
2012.
A parte do gasto público consagrado à aposentadoria representa de 0% a
2% do PIB nos países de baixa renda, enquanto chega a 11% nos países da
Europa Ocidental.
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